Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, revelou que a suplementação diária com vitamina D3 ao longo de quatro anos ajudou a desacelerar o encurtamento dos telômeros, um marcador de envelhecimento celular. A pesquisa foi publicada na revista científica American Journal of Clinical Nutrition nesta quarta-feira (21/5).
Em geral, a vitamina D é um termo que se refere a dois tipos principais da substância: a D2 (ergocalciferol) e D3 (colecalciferol). A primeira é encontrada em alimentos de origem vegetal e alguns suplementos, enquanto a segunda é produzida pela pele ao ser exposta ao sol e está presente em alimentos de origem animal. A vitamina D3 desempenha um papel crucial na absorção de cálcio e manutenção de ossos fortes, além de fortalecer o sistema imunológico, prevenindo doenças como osteoporose e infecções.
Durante a observação realizada em quatro anos, a equipe de pesquisadores acompanhou 1.031 adultos, que foram divididos em dois grupos: um tomou duas mil unidades internacionais (UI) de vitamina D3 por dia e o outro tomou placebo. Em seguida, os cientistas utilizaram amostras de sangue para medir o comprimento dos telômeros de cada pessoa.
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Os telômeros são sequências repetidas de DNA que protegem o material genético durante as divisões celulares. Com o tempo, cada vez que uma célula se divide, eles vão se encurtando. Pesquisas anteriores demonstraram que pessoas com telômeros mais longos possuem uma expectativa de vida maior do que aquelas com marcador mais curto.
Após análise dos exames, os pesquisadores descobriram que quem tomou suplementos diários de vitamina D tinha telômeros oito vezes maiores do que as pessoas que ingeriram placebo.
De acordo com o estudo, o consumo da vitamina D retarda o envelhecimento e aumento a expectativa de vida
Nos dois primeiros anos, o grupo placebo teve 12% de redução do marcador de envelhecimento e 16% no restante da duração do estudo. Já os que tomaram vitamina D primeiro tiveram um encurtamento dos telômeros de 5% e de 2% posteriormente. Os especialistas estimam que a suplementação com a vitamina preveniu o equivalente a três anos de envelhecimento em comparação a quem tomou a pílula falsa.
“Nossas descobertas sugerem que a suplementação direcionada de vitamina D pode ser uma estratégia promissora para combater o processo biológico de envelhecimento, embora mais pesquisas sejam necessárias”, explica o autor principal do estudo e geneticista Haidong Zhu, da Faculdade de Medicina da Geórgia, nos Estados Unidos, em comunicado.
Ainda não está claro o mecanismo exato de como a vitamina D age para evitar o envelhecimento, mas os pesquisadores acreditam que ela atua como antioxidante, neutralizando os radicais livres que danificam as células e o DNA; aumenta a telomerase, uma enzima que reconstrói e alonga os telômeros; e melhora a função imunológica, regulando os glóbulos brancos.
Apesar do estudo Vital ser uma das maiores pesquisas clínicas randomizados sobre os efeitos da vitamina D e do ômega-3 na saúde, o tempo de análise dos efeitos da vitamina foi relativamente baixo e os resultados precisam ser melhor observados a longo prazo.
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