Galáxia mais distante do universo é descoberta por telescópio da Nasa

O Telescópio Espacial James Webb (JWST), da Nasa, fez uma descoberta que pode ajudar a esclarecer como o universo se formou. O instrumento óptico encontrou a galáxia MoM-z14, a mais distante e antiga já observada, formada 280 milhões de anos após o Big Bang.

A observação inédita foi publicada no Open Journal of Astrophysics, na última sexta-feira (16/5). O trabalho foi liderado pelo astrônomo Rohan Naidu, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, em inglês), nos Estados Unidos.

Leia também

Ciência

James Webb observa auroras em Júpiter mais brilhantes que as da Terra

Mundo

Telescópio James Webb captura detalhes inéditos das auroras de Netuno

Ciência

Telescópio James Webb capta imagens inéditas de poeira interestelar

Mundo

“Sol bebê” é fotografado pelo telescópio James Webb

Antes do James Webb, não existiam telescópios infravermelhos com espelhos grandes o suficiente para detectar a luz das galáxias primitivas, que apresentam altos desvios de cor para o vermelho.

Poucas semanas após o início das observações, o telescópio James encontrou uma abundância de galáxias brilhantes com desvios para o vermelho superiores a z = 10, indicando que objetos astronômicos estão se afastando com uma velocidade superior à da luz.

Com desvios para o vermelho de z = 14,4, a galáxia MoM-z14 surpreendeu a todos, colocando-se entre os objetos mais antigos e distantes já encontrados pela astronomia.

“Essa população inesperada eletrizou a comunidade e levantou questões fundamentais sobre a formação de galáxias nos primeiros 500 milhões de anos, aproximadamente”, escreveram os autores do estudo.

Gráfico mostra galáxias mais distantes detectadas até hoje através do desvio para vermelho

Características da galáxia mais distante

A análise espectroscópica da luz da galáxia MoM-z14 revelou que a maior parte de sua claridade vem de estrelas jovens e brilhantes e não de um núcleo galáctico ativo (AGN). Esses núcleos são regiões extremamente luminosas no centro de galáxias geradas por buracos negros supermassivos em atividade.

O fato indica que o objeto distante provavelmente abriga estrelas supermassivas muito brilhantes, algo que os modelos de formação do universo primitivo já previam.

Os pesquisadores acreditam que descobertas como essa podem ser classificadas como a “arqueologia galáctica”. Os padrões químicos da MoM-z14 são parecidos com os das estrelas mais antigas da nossa galáxia e isso pode ajudar na compreensão de como as estruturas estelares se formaram na Via Láctea.

Um novo olhar sobre o universo

O telescópio da Nasa tem revelado uma população inesperada de galáxias brilhantes de tempos muito remotos, desafiando previsões teóricas de como e quando as primeiras galáxias se formaram.

“O JWST parece pronto para impulsionar uma série de grandes expansões da fronteira cósmica, desvios para o vermelho antes inimagináveis, aproximando-se da era das primeiras estrelas. Isso não parece mais tão distante”, escrevem os pesquisadores.

A Nasa planeja fazer o lançamento de mais um telescópio espacial nos próximos anos, o Nancy Grace Roman. O novo aparelho óptico ajudará a detectar centenas de galáxias semelhantes à MoM-z14, ajudando a confirmar descobertas atuais e revelar novas informações sobre o nascimento do universo. 

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!