Quando a menopausa chega, muitas mulheres sentem na pele os efeitos das mudanças hormonais. A queda do estrogênio pode causar ressecamento vaginal, perda de elasticidade, diminuição da sensibilidade e até desconforto nas relações sexuais. A boa notícia é que algumas práticas simples podem ajudar a recuperar o bem-estar: exercícios específicos para o assoalho pélvico têm se mostrado aliados poderosos nessa fase da vida.

Segundo a fisioterapeuta pélvica Fabiane Dell’Antônio, autora do livro A Transformação Íntima da Mulher – do pompoarismo à fisioterapia, os músculos da região pélvica são diretamente afetados pelas alterações hormonais. “Essas alterações impactam diretamente os músculos do assoalho pélvico, responsáveis pelo prazer, sustentação dos órgãos e controle da urina. Quando enfraquecidos, podem surgir sintomas como dor, incontinência e até prolapso”, alerta.

Fabiane garante que é possível recuperar a saúde íntima e até melhorar a vida sexual em qualquer idade. “O autoconhecimento é fundamental. Ao prestar atenção no próprio corpo, a mulher consegue identificar sinais de alerta, como dor, tensão, perda de urina ou mudanças na sensibilidade. Isso facilita buscar ajuda e prevenir problemas maiores”, diz.

3 exercícios que fazem a diferença

A prática de exercícios para o assoalho pélvico é um dos caminhos mais eficazes para melhorar o tônus muscular, favorecer a lubrificação e aumentar a sensibilidade na região íntima. A seguir, confira três práticas simples indicadas pela fisioterapeuta:

Contrações rápidas: contrair e soltar os músculos íntimos rapidamente, como se estivesse segurando o xixi. Repetir 10 vezes seguidas.

Contrações lentas e sustentadas: apertar os músculos por 5 a 10 segundos e depois relaxar. Ideal para fortalecer e ganhar controle.

Uso de acessórios: cones vaginais ou bolinhas podem intensificar os resultados. “O uso de lubrificante é essencial para evitar desconfortos”, orienta Fabiane.

“Na menopausa, é importante adaptar as técnicas e buscar orientação profissional para garantir segurança e resultados”, reforça a especialista. “Cada mulher tem uma necessidade diferente. Por isso, o acompanhamento de um fisioterapeuta pélvico pode ser decisivo”, conta.

Melhorar a saúde pélvica na menopausa é possível. Imagem: FreePik

Prazer e autoestima

O cuidado com a saúde íntima influencia o corpo e as emoções. “Quando a mulher sente prazer e satisfação na intimidade, sua autoestima cresce, sua segurança e confiança também, o que reduz ansiedade e melhora a qualidade de vida como um todo”, afirma Fabiane. Alimentação equilibrada e rica em proteínas também colabora: “ela ajuda na formação muscular e fortalece o assoalho pélvico.”

Se você está sentindo desconfortos ou mudanças na sua saúde íntima durante a menopausa, procure um fisioterapeuta pélvico. Exercícios adequados, aliados a boas escolhas de autocuidado, podem devolver o prazer e a confiança em todas as fases da vida. “Nunca é tarde para transformar sua vida íntima. Com informação, autocuidado e atitudes positivas é possível viver a menopausa com saúde, prazer e felicidade. A transformação íntima começa pelo autoconhecimento e pelo respeito ao próprio corpo”, conclui a especialista.