Saiba como funciona processo para determinar a extinção de animais

O desaparecimento de animais na Terra é um processo devastador e que acontece devido a fatores naturais ou pela ação humana. No entanto, nos últimos anos, algumas espécies têm reaparecido, desafiando a ciência e renovando a esperança que boas práticas ecológicas possam ajudar no redescobrimento animal.

A extinção de uma espécie é determinada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) em colaboração com cientistas e especialistas em conservação. A instituição mantém a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas, que é utilizada por governos, pesquisadores e organizações não-governamentais para definição de estratégias de conservação.

Leia também

Ciência

ONG encontra espécie de lagartixa sul-africana considerada perdida

Brasil

Pesquisa revela interação de humanos com mamífero gigante extinto

Ciência

Sumido desde 2013, cientistas tentam salvar “unicórnio” da extinção

Ciência

Gafanhoto africano declarado extinto há 29 anos é reencontrado

Para que uma espécie seja declarada oficialmente extinta, não pode restar dúvida de que o último indivíduo morreu. O processo é extremamente rigoroso, porque a declaração do sumiço é irreversível. Em comunicados prematuros, a decisão pode levar à interrupção de esforços de conservação.

“É possível, sim, que uma espécie esteja viva, mas escondida em lugares remotos. Ainda temos a esperança de que algumas espécies ‘sumidas’, mas não declaradas formalmente extintas, possam existir em algum lugar remoto, por exemplo o tietê-de-coroa”, destaca o biólogo Ben Phalan, chefe de conservação do Parque das Aves, no Paraná.

Como é o processo de declaração de extinção

Especialistas realizam buscas externas e sistemáticas em áreas onde a espécie foi vista pela última vez.
São feitos levantamentos de evidências físicas ou observacionais.
Também são realizadas avaliações do ciclo de vida de cada espécie.
Todo o processo é feito por especialistas em diferentes tipos de espécie, como ornitólogos (especialistas em aves) e mastozoólogos (especialistas em mamíferos).

Por que é tão difícil encontrar algumas espécies?

Alguns fatores afetam diretamente as buscas de uma espécie. Habitats remotos ou de difícil acesso, comportamento noturno ou discreto, população pequena e até a falta de recursos dos próprios especialistas estão entre os principais motivos. “Em muitos casos, o reaparecimento só acontece graças a expedições científicas ou observações acidentais por comunidades locais”, afirma a professora de biologia Sheila Souza, do Colégio Católica, em Minas Gerais.

“Esse fenômeno é conhecido na ciência como efeito Lázaro, em alusão à figura bíblica que voltou à vida. Ele se refere a espécies consideradas extintas que reaparecem inesperadamente, às vezes décadas ou até séculos depois”, ensina o biólogo Paulo Henrique Barboza de Castro, coordenador pedagógico do Colégio Marista, em Brasília.

Novas tecnologias tem ajudado na busca por espécies raras

Reaparecimento de espécies

Com o avanço tecnológico, as chances de encontrar espécies raras e protegê-las aumentam drasticamente. Ferramentas como drones e imagens de satélite, sensores que captam sons da natureza e técnicas de DNA ambiental (eDNA) têm ajudado bastante os cientistas nas buscas.

Além da tecnologia, alguns outros fatores explicam o motivo da reaparição de animais que pareciam extintos. Pela falta de dados no passado, as buscas eram mais limitadas, levando a algumas conclusões equivocadas. Além disso, melhorias no habitat natural podem devolver às espécies ambientes propícios à sobrevivência.

O retorno de espécies extintas e ameaçadas de extinção traz esperança, mas deve ser acompanhada de medidas de monitoramento para que elas não voltem a desaparecer.

“Encontro esperança no trabalho de conservacionistas que estão lutando para salvar espécies ameaçadas — por exemplo, SAVE Brasil, Aquasis, ICMBio, Instituto Marcos Daniel, CRAX Brasil e outras. E no Parque das Aves, estamos juntos com eles. Com apoio, essas organizações conseguem salvar espécies de extinção”, finaliza Ben.

Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!