NB.1.8.1: o que sabemos até agora sobre a nova variante do coronavírus

Uma nova variante da Covid-19 está se espalhando com rapidez pelo mundo. A NB.1.8.1 foi identificada em 22 de janeiro, na China, e já foi encontrada em 22 países, como Reino Unido, Estados Unidos, Austrália e Tailândia.

“Nesse momento, a NB.1.8.1 ainda não é motivo de preocupação. Ela é uma subvariante derivada da Ômicron e a recomendação é a mesma de sempre: que a pessoa esteja com o calendário vacinal em dia, levando em conta a grande circulação de vários tipos de vírus atualmente”, explica o virologista e professor Fernando Spilki, da Universidade Feevale, no Rio Grande do Sul.

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A chegada da nova cepa ainda não foi confirmada no Brasil. Como a maioria dos testes brasileiros para detecção da Covid-19 são rápidos, dificultando a geração de material para análise genômica, o país tem dificuldade em obter amostras para sequenciamento genômico e identificação de variantes.

“Mesmo assim, há um banco de amostras sendo analisado em alguns laboratórios e pode ser que em algum momento encontremos a nova variante. Provavelmente, ela já apareceu devido ao tráfego que temos com outros países”, diz Spilki.

Sintomas da Covid-19

Os sinais originais da Covid-19, como perda de olfato, mudaram muito desde o início do perído pandêmico.
Atualmente, os sintomas mais comuns são muito semelhantes com os de uma gripe: coriza, tosse e dores de cabeça e garganta lideram a lista de relatos dos pacientes.
A principal diferença para a gripe é que a presença de febre, em casos leves de Covid-19, é rara.
Pessoas infectadas com variantes derivadas da JN.1 também têm relatado entre os principais sintomas a insônia e uma sensação de preocupação e ansiedade.

 O que é NB.1.8.1?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a NB.1.8.1 é derivada de recombinante XDV.1.5.1. Quando comparada com a variante dominante atual, a LP.8.1, a nova cepa possui mutações adicionais na proteína Spike.

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Desde o início da pandemia, dezenas de cepas da Covid-19 surgiram pelo mundo. No entanto, algumas chamam mais atenção de especialistas: as classificadas como de preocupação e as de interesse

Viktor Forgacs/ Unsplash2 de 14

De acordo com a OMS, variantes consideradas de preocupação são aquelas que possuem aumento da transmissibilidade e da virulência, mudança na apresentação clínica da doença ou diminuição da eficácia de vacinas e terapias disponíveis

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Já as variantes de interesse apresentam mutações que alteram o fenótipo do vírus e, assim, causam transmissões comunitárias, detectadas em vários países

Peter Dazeley/ Getty Images4 de 14

Apesar da alta taxa de transmissão, a Ômicron possui sintomas menos agressivos que o coronavírus

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Em setembro de 2020, a variante Alfa foi identificada pela primeira vez no Reino Unido. Ela possui alta taxa de transmissão e já foi localizada em mais de 80 países. Apesar de ser considerada como de preocupação, as vacinas em uso são extremamente eficazes contra ela

Aline Massuca/Metrópoles6 de 14

Com mutações resistentes, a variante Beta também foi classificada como de preocupação pela OMS. Identificada pela primeira vez na África do Sul, ela possui alto poder de transmissão, consegue reinfectar pessoas que se recuperaram da Covid-19, incluindo já vacinadas, e está presente em mais de 90 países

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A variante Gama foi identificada pela primeira vez no Brasil e também é considerada de preocupação. Ela possui mais de 30 mutações e consegue escapar das respostas imunológicas induzidas por imunizantes. Apesar disso, estudos comprovam que vacinas disponíveis oferecem proteção

NIAID/Flickr8 de 14

A variante Delta era considerada a mais transmissível antes da Ômicron. Identificada pela primeira vez na Índia, essa variante está presente em mais de 80 países e é classificada pela OMS como de preocupação. Especialistas acreditam que a Delta pode causar sintomas mais severos do que as demais

Fábio Vieira/Metrópoles9 de 14

Detectada pela primeira vez na África do Sul, a variante Ômicron também foi classificada pela OMS como de preocupação. Isso porque a alteração apresenta cerca de 50 mutações, número superior ao das demais variantes, é mais resistente às vacinas e se espalha facilidade

Andriy Onufriyenko/ Getty Images10 de 14

Classificada pela OMS como variante de interesse, a Mu foi identificada pela primeira vez na Colômbia e relatada em ao menos 40 países. Apesar de ter domínio baixo quando comparada às demais cepas, a Mu tem maior prevalência na Colômbia e no Equador

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Apesar de apresentar diversas mutações que a tornam mais transmissível, a variante Lambda é menos severa do que a Delta, e é classificada pela OMS como de interesse. Ela foi identificada pela primeira vez no Peru

Josué Damacena/Fiocruz12 de 14

Localizada nos Estados Unidos, a variante Épsilon é considerada de interesse pela OMS. Isso porque a cepa possui a capacidade de comprometer tanto a proteção adquirida por meio de vacinas quanto a resistência adquirida por meio da infecção pelo vírus

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As variantes Zeta, identificada no Brasil; Teta, relatada nas Filipinas; Capa, localizada na índia; Lota, identificada nos Estados Unidos; e Eta não são mais consideradas de interesse pela OMS. Essas cepas fazem parte do grupo de variantes sob monitoramento, que apresentam risco menor

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Identificada pela primeira vez na França, a Deltacron combina características das mutações Delta e Ômicron. Segundo a diretora da OMS, Maria Van Kerkhove, ainda não há evidências de que a nova variante seja mais grave do que a Delta ou a Ômicron separadamente. Com dois casos identificados no Brasil, no início de março de 2022, a cepa também já foi encontrada em países da Europa e nos Estados Unidos

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Foram encontradas mutações na posição 445, que podem aumentar o potencial transmissível da cepa; na posição 435, que podem reduzir o potencial de neutralização de anticorpos; e na 478, que podem aumentar a evasão dos anticorpos.

A única diferença da NB.1.8.1 em relação a outras variantes está no potencial de transmissão. Em termos de sintomas, não tem sido relatado nada diferente do que já é conhecido.

O que diz a OMS

Em comunicado, a OMS classificou a NB.1.8.1 como uma “variante sob monitoramento” por ter mutações importantes e estar se espalhando globalmente. No entanto, a instituição declarou que a ameaça da cepa é “baixa em nível global”.

“Espera-se que as vacinas contra a Covid-19 atualmente aprovadas permaneçam eficazes contra essa variante contra doenças sintomáticas e graves”, afirmou a OMS.

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