O uso de testosterona para mulheres ainda levanta dúvidas e tabus, mas pode ser uma ferramenta importante na saúde feminina quando bem indicada. De acordo com o ginecologista Ricardo Barone, o hormônio é essencial para o bem-estar, especialmente após os 35 anos, quando os níveis tendem a cair.
A reposição correta pode melhorar a libido, a disposição e a qualidade de vida, desde que feita com orientação médica. Veja a seguir em AnaMaria como:
Indicação médica e benefícios reais
Segundo Barone, a deficiência androgênica feminina é reconhecida desde o Consenso de Princeton, em 2002. A partir dos 35 anos, e especialmente após os 40, a testosterona começa a diminuir de forma natural, levando a sintomas como fadiga constante, insônia, perda de memória, desânimo, alterações de humor, ganho de peso e queda da libido.
Além de regular o desejo sexual, o hormônio influencia funções como a sensibilidade do clitóris, a elasticidade da pele e o raciocínio. O especialista explica que a reposição adequada melhora a circulação sanguínea na região genital, aumentando o prazer e a intensidade dos orgasmos.
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Reposição hormonal com segurança
O tratamento, quando feito com doses fisiológicas – ou seja, compatíveis com as necessidades do corpo feminino -, tem baixo risco de efeitos colaterais. “Não estamos falando de uma substância estranha ao corpo da mulher”, destaca Barone. Ele compara a testosterona a hormônios como a melatonina e os tireoidianos, comuns em outras terapias.
O médico também afirma que formas como o gel transdérmico ou os implantes subcutâneos são opções seguras e eficazes. No entanto, reforça que o acompanhamento deve ser feito por ginecologistas ou endocrinologistas com formação em saúde hormonal.
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Testosterona para mulheres: riscos do uso inadequado
O principal problema, segundo o especialista, está no uso da testosterona em doses elevadas e com finalidades puramente estéticas, como ganho de massa muscular. Nesses casos, os riscos incluem problemas no fígado, aumento do clitóris, engrossamento da voz, acne, queda de cabelo, alterações no colesterol e riscos cardiovasculares.
“A grande preocupação é quando profissionais sem formação adequada prescrevem esteroides anabolizantes a mulheres com objetivos estéticos. Isso desvirtua o uso terapêutico da testosterona e gera uma imagem negativa sobre uma terapia que pode transformar a saúde feminina”, afirma Barone.
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Possíveis impactos na fertilidade
Apesar de muita gente pensar o contrário, a falta de testosterona também pode prejudicar a fertilidade. O hormônio é produzido pelos ovários e pelas glândulas suprarrenais, desempenhando papel fundamental na função ovariana. Em alguns casos, a reposição adequada é usada em tratamentos de reprodução assistida.
Por outro lado, o uso em doses altas pode desregular os hormônios e dificultar a concepção. “Em medicina hormonal, a dose faz toda a diferença entre o tratamento e o problema”, alerta o ginecologista. Para ele, o segredo está em aliar conhecimento médico com responsabilidade no uso.
Resumo: A testosterona pode ser usada por mulheres como parte de tratamentos hormonais, especialmente após os 35 anos, quando seus níveis começam a cair. A reposição adequada, com acompanhamento médico, traz benefícios à saúde e à libido. No entanto, o uso indevido e em doses altas representa riscos sérios.
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