Um estudo liderado por pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, revelou que lagartos noturnos da família Xantusiidae estão na terra há muito mais tempo do que se imaginava. Eles sobreviveram ao impacto do asteroide que causou a extinção dos dinossauros, há 66 milhões de anos. A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (25/6), no periódico Biology Letters.
Os pesquisadores ficaram surpresos com a descoberta, visto que esses animais viviam muito próximo ao local do impacto, na atual Península de Yucatán, no México. Os pequenos répteis são o único grupo de vertebrados terrestres conhecido que sobreviveu mesmo estando tão perto do epicentro do desastre. Atualmente, eles vivem em países da América do Norte e Central, como Estados Unidos, México e Cuba.
Leia também
Dinossauros poderiam viver até hoje se asteroide não tivesse caído
Nasa aumenta as chances de um asteroide atingir a Lua em 2032
China lança nave ao espaço para estudar pedaço de asteroide
Asteroides ocultos na órbita de Vênus podem cair na Terra. Entenda
Quando caiu, o asteroide com aproximadamente 12 km de largura eliminou cerca de 75% de todas espécies animais da Terra, incluindo todos os dinossauros não aviários.
Pesquisadores colocam hipótese à prova
Estudos anteriores já sugeriam que o grupo mais antigo dos lagartos noturnos evoluiu durante a era dos dinossauros, significando que os animais sobreviveram à devastação provocada pelo asteroide. Para provar a hipótese, os pesquisadores da Universidade de Yale resolveram se aprofundar na questão.
Os cientistas reconstruíram a ancestralidade dos três gêneros atuais de lagartos noturnos (Lepidophyma, Xantusia e Cricosaura). Com base em uma análise de relógio molecular — que calcula a evolução genética pelo ritmo das mutações no DNA —, eles descobriram que o ancestral comum mais recente dos répteis surgiu há cerca de 90 milhões de anos, durante o período Cretáceo.
Desde essa época, os lagartos noturnos já viviam na América do Norte e Central. Isso significa que os lagartos já existiam antes da queda do asteroide.
Quando o asteroide atingiu a Terra, duas linhagens diferentes dos lagartos conseguiram sobreviver. A primeira deu origem a dois grupos: o Xantusia, encontrado do sudoestes dos Estados Unidos até o México; e o Lepidophyma, atualmente em partes da América do Norte e Central. Já a segunda linhagem deu origem ao gênero Cricosaura, encontrado apenas em Cuba.
Asteroide que matou os dinossauros caiu há cerca de 66 milhões de anos
Características dos lagartos podem explicar resistência
Os lagartos noturnos são animais pequenos e discretos. Eles vivem escondidos em habitats minúsculos, como fendas de rochas, vegetação densa e sob troncos de árvores. Além disso, esses répteis possuem metabolismo lento e não precisando se alimentar com tanta frequência.
Os cientistas acreditam que essa combinação de características pode ter gerado uma vantagem ao animal em um cenário pós-impacto, onde os recursos eram escassos.
Agora, os responsáveis pelo estudo buscam se aprofundar ainda mais na questão para descobrir se a hipóteses está totalmente correta ou se há outros motivos por trás da resistência dos lagartos noturnos.
Siga a editoria de Saúde e Ciência no Instagram e fique por dentro de tudo sobre o assunto!