A promessa de que o T1 Phone, smartphone lançado pela Trump Organization, seria fabricado nos Estados Unidos, já não aparece mais de forma explícita no site oficial do produto. O dispositivo de Donald Trump, anunciado como um celular com “orgulho americano”, passou por uma mudança sutil, mas significativa, na forma como sua origem é apresentada ao público.
Antes destacado como “MADE IN THE USA” (fabricado nos EUA), o T1 agora é descrito como fruto de um “American-Proud Design”, ou seja, um “design com orgulho americano”. A página também afirma que o produto é “brought to life right here in the USA” — trazido à vida aqui nos EUA —, expressão ambígua que levanta dúvidas sobre o verdadeiro local de fabricação do aparelho.
A alteração reforça suspeitas iniciais levantadas por especialistas, que consideraram improvável a produção do modelo em território norte-americano, especialmente com preço estimado em US$ 499.
Menos transparência sobre a fabricação do celular de Trump
A remoção da referência direta à fabricação nos EUA ocorreu em meio a questionamentos sobre a viabilidade de montar um smartphone completo no país.
A cadeia de suprimentos tecnológica americana ainda não é considerada suficientemente avançada para produzir um aparelho do tipo sem depender de componentes vindos do exterior, principalmente da China.
Apesar disso, um porta-voz da Trump Mobile, Chris Walker, afirmou ao USA TODAY que os “Os celulares T1 estão sendo orgulhosamente fabricados na América”.
Segundo ele, qualquer especulação contrária seria “simplesmente imprecisa”.
Ainda assim, o recuo na comunicação oficial reforça a incerteza sobre a real origem do produto.
Especificações também foram alteradas
Além das mudanças na linguagem sobre a fabricação, o site do T1 também modificou as especificações técnicas do aparelho após o anúncio inicial. A tela, inicialmente apresentada como um painel AMOLED de 6,8 polegadas, agora é descrita como tendo 6,25 polegadas. A menção a 12 GB de RAM também foi retirada, embora o motivo das alterações não tenha sido esclarecido.
Essa revisão posterior de especificações é considerada atípica na indústria de smartphones, especialmente para produtos em pré-venda. Em geral, marcas procuram manter consistência nas informações divulgadas para evitar desconfiança entre os consumidores.
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Pressão política e marketing nacionalista
O lançamento do celular T1 faz parte de um movimento mais amplo do presidente americano Donald Trump para promover a reindustrialização tecnológica dos Estados Unidos. Ele tem cobrado grandes empresas do setor, como a Apple, para que tragam parte da produção ao território nacional.
Contudo, no caso do T1, o marketing nacionalista parece não se sustentar completamente. A própria imprensa norte-americana, como a CNBC e The Verge, já havia apontado a possibilidade de o aparelho estar sendo fabricado por fornecedores terceirizados na China, o que contrasta com a imagem de produto genuinamente americano promovida inicialmente pela Trump Organization.
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