Há seis meses, um anúncio feito pelo laboratório norte-americano Colossal Biosciences mexeu com a comunidade científica. A empresa alegou ter “recriado” três lobos-terríveis (Aenocyon dirus), uma espécie extinta entre 10 e 12 mil anos atrás. Posteriormente, os pesquisadores voltaram atrás e desmentiram a informação: na verdade, foram feitas modificações genéticas em lobos-cinzentos (Canis lupus) para que eles tenham características do animal.
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Um vídeo publicado pelo laboratório em 20 de junho mostra que dois dos filhotes modificados, Rômulo e Remo, estão vivos e com saúde. Cada um está pesando mais de 40 kg, uma medida 20% acima da média de um lobo-cinzento normal.
Veja o vídeo
Para recriá-los, os pesquisadores fizeram 20 alterações em 14 genes dos bichinhos. Todo o material genético foi cuidadosamente selecionado para replicar ao máximo as características físicas dos lobos-terríveis, como o tamanho e a musculatura.
“Podemos realmente dizer que os genes do lobo pré-histórico estão se manifestando, e estamos obtendo esses animais grandes e bonitos que são muito mais representativos do que vimos nos espécimes antigos”, afirma o diretor de animais da Colossal Biosciences, Matt James, em entrevista ao portal britânico IFLScience.
No entanto, para realmente trazer de volta uma espécie extinta, seria necessário ter amostras de DNA bem preservado do animal real para cloná-las. Como esse material não existe, atualmente a desextinção completa é impossível.
Futuro pode ser promissor
Apesar de ter enfrentado críticas, o projeto da Colossal Bioscience pode beneficiar espécies ainda vivas, mas ameaçadas de extinção. A empresa já está usando a tecnologia para clonar lobos-vermelhos, que possuem apenas 15 a 20 indivíduos na natureza.
Utilizando a clonagem não invasiva, com o DNA real da espécie, o laboratório criou quatro filhotes – Hope, Blaze, Cinder e Ash. O processo aumentou em até 25% a diversidade genética da população, uma medida essencial para a sobrevivência do animal ameaçado.
Com o avanço da tecnologia, o projeto pode se tornar valioso para salvar o futuro de espécies ameaçadas de extinção.
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