Pela terceira vez na história, cientistas confirmaram a passagem de um objeto interestelar pelo Sistema Solar. O cometa, nomeado como 3I/ATLAS, foi detectado na terça-feira (1/7) pela equipe do Sistema de Último Alerta de Impacto Terrestre de Asteroides (Atlas, financiado pela Nasa) e é o mais novo visitante vindo de fora da nossa vizinhança cósmica.
Classificado como um cometa, o 3I/ATLAS apresenta uma trajetória hiperbólica — o que indica que ele não pertence ao Sistema Solar e está apenas de passagem. Ele segue atualmente a cerca de 4,5 unidades astronômicas (UA) do Sol, equivalente a cerca de 670 milhões de quilômetros.
Gráfico do Sistema Solar que mostra o percurso do cometa 3I/ATLAS postada pelo astrônomo americano David Rankin
Antes de ser confirmado que o cometa era de origem interestelar, o objeto era conhecido como A11pl3Z r. Segundo o chefe de defesa planetária da Agência Espacial Europeia, Richard Moissl, o objeto não representa nenhuma ameaça à Terra.
“Ele voará profundamente através do Sistema Solar, passando logo dentro da órbita de Marte, mas não atingirá nosso planeta vizinho”, explica em entrevista à AFP.
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Estima-se que o cometa tenha entre 10 e 20 quilômetros de largura, o que o tornaria o maior intruso interestelar já detectado. Porém, o objeto pode ser menor se for feito de gelo. “Ele ficará mais brilhante e mais próximo do Sol até o final de outubro, e poderá ser observado até o ano que vem”, afirma o diretor.
A velocidade do objeto é estimada entre 60 quilômetros (37 milhas) por segundo, o que faz dele um dos corpos mais rápidos já registrados no Sistema Solar.
Antes do 3I/ATLAS, apenas dois objetos interestelares haviam sido identificados: o asteroide ‘Oumuamua, em 2017, e o cometa 2I/Borisov, em 2019. A passagem do novo visitante interestelar oferece uma oportunidade única para estudar a composição de corpos formados em outros sistemas estelares.
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