Os casos de hepatite A vêm crescendo de forma preocupante em 2025, especialmente entre adultos. Só em São Paulo, o número de infecções este ano já ultrapassou a metade dos registros de 2024. Em Belo Horizonte, os casos triplicaram. O cenário acendeu o alerta das autoridades de saúde, reforçando a importância de vacinação, testagem gratuita e cuidados simples no dia a dia.
Segundo dados do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2023, o Brasil notificou mais de 785 mil casos de hepatites virais. A hepatite A representou 21,8% dos registros, ficando atrás apenas das hepatites B e C. O crescimento de casos em 2025 indica que o vírus segue em circulação, principalmente em regiões urbanas e entre adultos que não foram vacinados na infância.
Doença silenciosa, mas perigosa
A hepatologista Patrícia Almeida, do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que o grande problema das hepatites virais é que muitas vezes não apresentam sintomas nos estágios iniciais. “As hepatites são doenças silenciosas que podem evoluir para cirrose, insuficiência hepática e até câncer de fígado”, alerta.
Sinais como cansaço extremo, febre baixa, dor abdominal, urina escura, fezes claras e pele amarelada (icterícia) devem ser observados com atenção. Nesses casos, buscar atendimento e realizar o teste rápido é essencial. “O diagnóstico precoce salva vidas. Com o teste gratuito oferecido pelo SUS, é possível detectar a infecção e iniciar o tratamento antes de complicações graves”, reforça a médica.
Quem deve se testar?
Embora qualquer pessoa possa ser infectada, alguns grupos apresentam risco aumentado: pessoas acima de 40 anos, profissionais de saúde, integrantes da comunidade LGBTQIA+, e quem recebeu transfusão de sangue antes de 1993. Todos devem aproveitar o Julho Amarelo para verificar a carteira de vacinação e buscar o teste gratuito nas unidades básicas de saúde.
Hepatite A: o que causa e como prevenir
Diferente da hepatite B e C, que são transmitidas pelo sangue e contato sexual sem preservativo, a hepatite A é adquirida por via fecal-oral — ou seja, por meio da ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pelo contato com mãos e objetos sem higiene adequada.
Hepatite A – casos disparam. Entenda. Foto: FreePik
Por isso, além da vacina, é essencial lavar bem as mãos, higienizar alimentos, usar preservativos e não compartilhar objetos de uso pessoal, como escovas de dente, lâminas e toalhas. A vacina contra hepatite A está disponível gratuitamente no SUS e é indicada, especialmente, para adultos que não foram vacinados na infância.
Tratamento e boas notícias
A hepatite A é uma doença aguda e, na maioria dos casos, o corpo se recupera sozinho com repouso e hidratação. Já a hepatite B, apesar de não ter cura, pode ser controlada com medicamentos. E a hepatite C tem hoje tratamento eficaz, com taxa de cura acima de 95% e poucos efeitos colaterais, segundo o Ministério da Saúde.
“O mais importante é saber que hoje temos ferramentas para prevenir, diagnosticar e tratar. Com informação e ação, podemos mudar essa realidade”, destaca Patrícia. “Este é o momento de cuidar do seu fígado e reforçar a importância da saúde hepática”, completa.
Resumo:
Os casos de hepatite A aumentaram significativamente entre adultos em 2025, com destaque para as cidades de São Paulo e Belo Horizonte. A campanha Julho Amarelo reforça a importância da vacinação, do diagnóstico precoce e dos cuidados de higiene para evitar a transmissão. Especialistas alertam que, com informação e prevenção, é possível evitar complicações graves e proteger o fígado.
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