Personalidade influencia na motivação ao se exercitar, revela estudo

A falta de motivação é um dos maiores desafios enfrentados por quem tenta manter uma rotina de exercícios físicos regulares. O fator ajuda a explicar por que menos de um quarto da população mundial atinge as metas de atividade recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

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Exercícios físicos aliviam a ansiedade crônica, mostra estudo

Uma pesquisa realizada por cientistas da University College London (UCL), no Reino Unido, descobriu que a nossa personalidade pode estar diretamente relacionada com o comprometimento em relação aos exercícios. O estudo foi publicado nessa segunda-feira (7/7) na revista científica Frontiers in Psychology.

“Compreender os fatores de personalidade ao elaborar e recomendar rotinas de atividade física provavelmente será muito importante para determinar o sucesso e se as pessoas ficarão mais em forma”, explica o coautor do artigo, Paul Burgess, do Instituto de Neurociência Cognitiva da UCL, em comunicado.

Como foi feito o estudo

No começo da pesquisa, os participantes foram avaliados em laboratório para medir seu condicionamento físico inicial. Em seguida, foram divididos em dois grupos: um de intervenção, que recebeu um plano de exercícios – como ciclismo e treino de força – para fazer em casa durante oito semanas; e um grupo de controle, que manteve seu estilo de vida habitual.

Os voluntários também tiveram que responder questionários sobre o quanto gostaram das sessões de exercícios, tanto no início quanto após a intervenção. Assim, os pesquisadores identificaram como os traços de personalidade realmente influenciam a preferência por determinadas atividades físicas.

“Nossos cérebros são conectados de maneiras diferentes, o que influencia nossos comportamentos e a forma como interagimos com o ambiente. Portanto, não é surpreendente que a personalidade também influencie a forma como respondemos a diferentes intensidades de exercício”, afirma a autora principal do estudo, Flaminia Ronca, do Instituto de Esporte, Exercício e Saúde da UCL.

O tipo de exercício preferido de acordo com a personalidade

Extrovertidos: preferem treinos intensos com outras pessoas, como esportes coletivos.
Pessoas com alto neuroticismo (mais propensas à ansiedade e estresse): preferem treinos sozinhos e gostam de intensidade, mas precisam de intervalos para se sentir bem.
Conscienciosos (organizados e disciplinados): se exercitam mesmo que não gostem tanto da atividade, porque seguem uma rotina.
Abertos à experiência: são motivados pela curiosidade e tendem a experimentar vários tipos de treino.

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Exercícios que fortalecem os ossos e os músculos são essenciais para evitar doenças e demais problemas de saúde. Além de melhorar o equilíbrio, exercitar-se ao menos duas vezes por semana é um dos segredos para prolongar a expectativa de vida e envelhecer melhor

Mike Harrington/ Getty Images2 de 8

Um estudo feito por pesquisadores da Universidade de Tohoku, no Japão, mostra que entre 30 e 60 minutos de exercícios de fortalecimento muscular por semana é o suficiente

Hinterhaus Productions/ Getty Images3 de 8

De acordo com os resultados da pesquisa, o risco de morte prematura entre as pessoas que se movimentam é entre 10% e 17% menor do que o verificado em pessoas sedentárias

Catherine Falls Commercial/ Getty Images4 de 8

Exercícios que utilizam o peso do próprio corpo, como a musculação e a prática de esportes, são algumas das recomendações. Além disso, atividades como Tai chi e ioga são indicadas para fortalecer ossos e músculos

Nisian Hughes/ Getty Images5 de 8

Manter o corpo ativo ajuda ainda a melhorar resultados da menopausa, de períodos pós-operatório e pode ajudar a prevenir fraturas nos ossos, por exemplo. Além disso, auxilia no aumento da energia, e melhora o humor e o sono

skaman306/ Getty Images6 de 8

Segundo especialistas, pessoas que se exercitam por, ao menos, meia hora na semana demonstram redução do risco de morte, doenças cardíacas e câncer. Uma hora semanal de atividades de fortalecimento muscular também foi relacionada à diminuição do risco de diabetes

Tom Werner/ Getty Images7 de 8

A massa muscular e óssea do corpo humano atinge o pico antes dos 30 anos. A partir dessa idade, começa um decaimento natural, ou seja, indivíduos que começam a se exercitar na juventude terão aumento da força óssea e muscular ao longo da vida

Thomas Barwick/ Getty Images8 de 8

Pessoas que se exercitam depois dos 30 anos reduzem a queda natural do corpo, conseguem preservar a força óssea e muscular e vivem muito melhor

Justin Paget/ Getty Images

Impacto do exercício no estresse

Antes do início das atividades propostas pelos pesquisadores, os níveis de estresse nos dois grupos eram parecidos. No entanto, após as oito semanas de exercícios, o grupo de intervenção – especialmente as pessoas com altos níveis de neuroticismo – teve uma redução significativa dessa reação natural do corpo.

Os cientistas ressaltaram como as atividades físicas podem ser benéficas em vários aspectos da vida, sendo essencial estar sempre ativo. “Não tem problema se não gostarmos de uma sessão específica. Podemos tentar outra modalidade”, finaliza Ronca.

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