Lula diz que é preciso aumentar os impostos sobre os ricos. O discurso é antigo — desde Robin Hood se fala em tirar de quem tem mais para dar aos pobres. Mas a prática é outra, ao menos no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
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Por meio do banco, o dinheiro do trabalhador mais humilde serve para que verdadeiros gigantes fiquem ainda maiores. Empresas com caixa bilionário conseguem empréstimos a juros subsidiados. E o fluxo aumentou desde a volta do PT.
Enxurrada no BNDES
Em dois anos e meio com Lula dando as cartas pela terceira vez em Brasília, a contratação de empréstimos já é maior do que ao longo dos quatro anos de Jair Bolsonaro. E ainda há tempo de o PT dobrar a meta antes da eleição de 2026.
De janeiro de 2023 a maio de 2025, os empréstimos somam R$ 151 bilhões — um extra de quase R$ 2 bilhões em relação a todo o mandato anterior. A diferença vira um abismo na conta mensal.
Quando Bolsonaro estava no Palácio do Planalto, o BNDES aprovava, em média, R$ 3,1 bilhões por mês. Com a volta do PT, o fluxo aumentou 60%. Agora, são cerca de R$ 5,2 bilhões mensais.
Robin Hood às avessas
Os primeiros números do novo governo até sugerem parcimônia. A imagem, porém, se desfaz no segundo ano. Em 2023, o banco liberou R$ 44 bilhões — abaixo do maior valor do governo anterior, de R$ 47,5 bilhões. Mas houve um salto em 2024: R$ 93 bilhões. Mais de 90% dos clientes receberam pelo menos R$ 100 milhões naquele ano.
Não se via tamanho volume desde 2012, quando o BNDES liberou R$ 96 bilhões. Na época, também era o PT que comandava o governo. Na Presidência, Dilma — a gerente de Lula. Ao lado dos empréstimos, uma enxurrada de escândalos.
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