Tumores cerebrais podem demorar a ser diagnosticados porque, muitas vezes, causam sintomas inespecíficos, como dores de cabeça, tontura ou cansaço. No caso de Moli Morgan, de 22 anos, o primeiro sinal foi uma convulsão durante as férias, e, ainda assim, o diagnóstico inicial foi apenas insolação.
“Eu só tive enxaqueca, mas não pensei em nada na época”, lembra a fazendeira, que vive no País de Gales. Na viagem com o namorado, Ollie Higgins, de 22 anos, tudo parecia estar bem até a véspera do voo de volta, em outubro do ano passado.
Naquela noite, Moli sofreu duas convulsões, uma por volta da 1h da manhã e outra 20 minutos depois. Médicos do resort foram chamados e atribuíram o episódio ao calor e à desidratação.
“Eu acreditei. Estava muito quente e eu não tinha bebido muita água”, conta ela em entrevista ao The Sun. Mesmo ainda se sentindo estranha, ela voltou para casa no dia seguinte.
Diagnóstico do tumor cerebral
Já no Reino Unido, uma das irmãs de Moli, que é enfermeira, sugeriu que ela fosse ao hospital por precaução. Foi quando os médicos descobriram que a causa das convulsões era um tumor cerebral de 4 cm, do tipo glioma, localizado no lado esquerdo do cérebro.
“Eu simplesmente não conseguia acreditar. Não tive nenhum sintoma real antes e me sentia completamente bem. Foi assustador, você sempre espera o pior quando ouve as palavras ‘tumor cerebral’”, relata.
Moli ficou internada por alguns dias recebendo medicamentos anticonvulsivantes. Depois, foi encaminhada a um hospital em outra cidade. A cirurgia seria delicada, já que o tumor estava próximo à área responsável pela linguagem e, por isso, Moli precisaria permanecer acordada durante o procedimento. “Nem pensei muito, só queria fazer o que fosse preciso”, diz.
O primeiro sinal, antes de receber o diagnstico do tumor cerebral, foi uma convulsão durante as férias
Cirurgia acordada e recuperação
O procedimento aconteceu em dezembro. Um intérprete esteve presente para se comunicar com Moli em galês, a primeira língua dela. “Tinha uma apresentação em PowerPoint com imagens de animais e comidas. Eu precisava repetir as palavras. Quando eu errava, a equipe entendia que não podia mexer naquela área”, explica.
A cirurgia durou quatro horas. “Recebi cerca de 28 pontos na cabeça e fiquei alguns dias no hospital. Já fiz duas ressonâncias de acompanhamento e, se continuar tudo bem, os exames passarão a ser feitos a cada seis meses”, afirma.
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A médica responsável elogiou o resultado e afirmou que era fundamental garantir que Moli continuasse conseguindo falar galês e inglês após a cirurgia. Segundo ela, o trabalho do intérprete foi essencial para isso.
Agora em recuperação, Moli mantém o bom humor e aproveita a nova fase da vida com gratidão. Junto com a mãe, Carol, ela arrecadou £ 345, equivalente a quase R$ 2,6 mil, em um evento de canto natalino para doar à ala hospitalar que cuidou dela.
“É muito bom voltar aqui e agradecer a todos. Temos boas lembranças, e nosso resultado foi muito positivo”, afirma a mãe.
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