As aves são descendentes diretas dos maiores predadores que já existiram na Terra, mas nenhuma delas chega perto do tamanho de um tiranossauro. O que impediu esses dinossauros com penas de evoluírem novamente para gigantes? A resposta envolve pistas fósseis, segredos da evolução e uma boa dose de mistério.
Durante muito tempo, acreditou-se que a extinção dos dinossauros havia sido absoluta. Mas descobertas fósseis e avanços genéticos mostraram que suas linhagens não desapareceram por completo. Elas encolheram, ganharam penas e asas e se adaptaram aos céus. As aves de hoje são, de fato, dinossauros que sobreviveram à catástrofe do asteroide há 66 milhões de anos.
Ainda assim, uma pergunta permanece: por que, depois de tanto tempo, nenhuma delas voltou a alcançar o gigantismo de seus ancestrais?
Dinossauros: gigantes que nunca voltaram
Para entender por que as aves nunca mais atingiram o tamanho dos grandes dinossauros, o IFLScience conversou com duas paleontólogas que vêm investigando esse enigma evolutivo;
Melanie During, da Universidade de Uppsala (Suécia), e Jingmai O’Connor, do Museu Field de História Natural, em Chicago (EUA), apontam diferentes caminhos possíveis e nem sempre concordam entre si;
O’Connor aponta a fisiologia como fator-chave: aves têm metabolismo acelerado, crescimento rápido e esqueletos frágeis, o que torna inviável corpos gigantescos, especialmente sem grandes herbívoros para sustentar predadores enormes. Mesmo as “aves do terror” nunca chegaram ao tamanho de um tiranossauro rex, indicando limites claros.
During ressalta que ossos ocos e frágeis das aves dificultam a fossilização e que áreas pouco exploradas, como a Antártida e ilhas submersas, podem esconder vestígios. Para ela, grandes aves podem ter existido, mas ainda não foram descobertas, deixando a questão em aberto.
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Apesar de serem descendentes de grandes animais, as aves seguiram uma evolução diferente. Suas adaptações para voo, metabolismo alto e pressões ambientais resultaram em corpos leves e ágeis, limitando seu crescimento ao contrário dos dinossauros terrestres.
Muitos gigantes do passado, como os moa da Nova Zelândia e os lendários pássaros-elefantes de Madagascar, assim como os “patos do fim do mundo” australianos, foram extintos bem antes do nosso tempo, deixando apenas fragmentos para estudo e imaginação.
A trajetória das aves mostra que evoluir a partir dos gigantes não significa alcançar seu tamanho. Suas adaptações para o voo e as pressões ambientais limitaram seu crescimento. Enquanto a Ciência investiga fósseis e biologia comparada, o mistério do tamanho que as aves nunca atingiram segue como um desafio importante para a compreensão da evolução.
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