Com estruturas que remontam ao século 17, histórias religiosas e praias que contrastam formações rochosas e a vegetação proeminente da região, a Serra da Arrábida, em Portugal, compõe uma opção de viagem menos óbvia no roteiro de verão europeu.

Há atrativos para todos os gostos: história militar, turismo natural, arqueológico e várias praias para relaxar, desde as bem movimentadas até destinos desertos. O local fica a cerca de 50 km de Lisboa, abrangendo os municípios de Palmela, Sesimbra e Setúbal.

As praias da Serra da Arrábida

As águas límpidas costumam ser um dos grandes atrativos para o turismo no verão, que é bastante quente na região. Um dos destinos praianos mais movimentados – e com mais estrutura para visitantes – é a Praia da Figueirinha, a cerca de 9 km de Setúbal.

Junto à faixa extensa de areia, que varia conforme a maré, há balneários, bares e restaurantes. É um ponto interessante, já que fica próximo de outras atrações, como o Forte de Santiago do Outão e a Praia dos Galapos.

Praia da Figueirinha tem mais estruturaAabasch/Wikimedia Commons

Já as praias dos Galapos e Galapinhos são o oposto, com menor faixa de areia e muita vegetação. Para chegar até elas, é preciso percorrer uma trilha íngreme de 2 km, mas a recompensa é a paisagem quase intocada e águas mais tranquilas.

A Praia do Creiro, também de águas calmas, é uma opção para compor uma viagem integrando outras atividades além do mergulho e banho de sol, como o snorkel e caiaque no local. Fica próximo ao Forte da Arrábida e ao parque natural homônimo, com opções de bares e restaurantes.

Quem passa por lá também vê de perto a Pedra da Anicha, uma pequena ilhota frente às águas, e o Monte Branco, além da Estação Arqueológica do Creiro, com ruínas remanescentes do período romano.

Praia do CreiroPemanuelp/Wikimedia Commons

Entre a Praia do Creiro e dos Galapinhos fica uma joia escondida entre as formações rochosas: a Praia dos Coelhos. Ela é mais deserta, com areias avermelhadas e acesso por trilhas sem sinalização. O ideal é percorrê-las com uso de GPS ou algum guia que conheça bem a região.

Há, porém, alguns pontos a se ter em mente quando chegar à Serra: de junho a setembro, algumas regiões entre as praias da Figueirinha e do Creiro não podem ser percorridas de carro, somente transportes públicos e veículos autorizados – além, é claro, da opção de chegar a pé ou de bicicleta.

Conhecendo além das praias

Para quem busca algo na Serra da Arrábida que não seja a faixa de areia ou o mar, há ainda várias atrações.

A Lapa de Santa Margarida é uma delas: a 22 km de Setúbal, o local rodeado de árvores esconde uma gruta feita pela ação das ondas do Oceano Atlântico. Embora um pouco corroído, o local serve de altar para quem quer realizar oferendas à Santa Margarida, padroeira das grávidas e a quem é atribuída a gruta, ainda que sua imagem não esteja mais por lá.

Convento da ArrábidaVera Rosa/Wikimedia Commons

A história religiosa da Arrábida está no próprio nome da serra, que, dizem, viria do árabe e significa “local de oração”. Para quem quer se aprofundar, o Convento da Nossa Senhora da Arrábida fica a duas horas de caminhada da gruta. O programa não é para todo mundo, já que o acesso é a pé com lances de escadas estreitas.

Fortes da Serra

Os Fortes da Arrábida, de Santiago de Sesimbra e do Outão são um conjunto construído após o final da Guerra da Restauração para defender a costa em uma linha contínua. Se a ideia é visitar resquícios históricos, um itinerário somente com essas construções militares é extremamente válido.

Forte de Santiago do OutãoDiego Delso/Wikimedia Commons

O primeiro, como o nome já diz, é destinado à Nossa Senhora da Arrábida, bem próximo da praia de Portinho da Arrábida, podendo ser visitado a pé. Dentro ainda há o Museu Oceanográfico e o Centro de Biologia Marinha, além de uma estátua de Nossa Senhora.

O Forte de Santiago de Sesimbra, ao norte do forte de Santa Maria, e o Forte do Outão, ao sul, são opções mais afastadas: o ideal é ir até lá de carro, já que o percurso todo leva 40 km.

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