Tesla vai a julgamento por acidente fatal ligado ao Autopilot

A Tesla enfrenta um novo julgamento civil nos Estados Unidos relacionado à sua tecnologia de direção assistida, conforme revela o Washington Post.

Um júri federal foi selecionado nesta semana para analisar um processo que acusa o sistema Autopilot da montadora de ter causado um acidente fatal em 2019, em Key Largo, Flórida.

Na ocasião, Naibel Benavides Leon, de 20 anos, morreu, e seu namorado, Dillon Angulo, ficou gravemente ferido após serem atropelados por um Tesla que saiu da pista.

Justiça dos EUA julga Tesla por morte de jovem atropelada em 2019 (Imagem: FPCreative Stock/Shutterstock)

Sistema da Tesla não fez alerta crucial ao motorista

A ação judicial, movida pelas famílias das vítimas, alega que o Autopilot falhou ao não alertar o motorista, George McGee, sobre o fim da estrada quando ele desviou a atenção para pegar o celular.

A Tesla nega responsabilidade, argumentando que o sistema exige supervisão constante do motorista, e que o acidente foi resultado exclusivo de distração humana.

Esse julgamento ocorre num momento delicado para a empresa de Elon Musk, que tenta alavancar suas vendas e reputação com o lançamento do novo sistema de direção totalmente autônoma, o Full Self-Driving.

O caso é particularmente relevante por ser o primeiro de homicídio culposo envolvendo terceiros a ser julgado por um júri federal nos EUA, e pode abrir precedente para dezenas de processos semelhantes.

Tesla diz que culpa pelo acidente não foi do seu sistema autônomo, e sim do condutor do veículo (Imagem: Milos Ruzicka/Shutterstock)

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Resultado pode impactar todo o mercado autônomo

A juíza autorizou que o júri considere a possibilidade de danos punitivos contra a Tesla, aumentando os riscos financeiros do processo. A empresa já venceu casos similares anteriormente, mas também realizou acordos fora dos tribunais.

Especialistas apontam que o caso ilustra os perigos da má interpretação dos sistemas de assistência, que ainda exigem atenção total do condutor.

O veredito poderá ter implicações profundas não apenas para a Tesla, mas para todo o setor de veículos autônomos, colocando em xeque até que ponto as fabricantes devem ser responsabilizadas por falhas humanas em tecnologias que ainda não substituem o motorista.

Caso histórico pode abrir precedente jurídico e afetar planos da empresa para veículos totalmente autônomos (Imagem: kovop/Shutterstock)

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