Muito além dos livros, as bibliotecas podem ser pontos de encontro com a memória, a arte e a vida cultural de uma cidade. No Brasil, elas ocupam prédios históricos, parques urbanos e espaços revitalizados, combinando acervos valiosos com arquitetura marcante e atividades abertas ao público. A seguir, reunimos algumas das mais bonitas do país:
1. Real Gabinete Português de Leitura – Rio de Janeiro, RJ
Fundado por imigrantes portugueses em 1837, o Real Gabinete ocupa um prédio gótico-renascentista no centro do Rio de Janeiro desde 1887. Sua fachada apresenta esculturas de ícones lusitanos e seu interior abriga a maior coleção de obras portuguesas fora de Portugal, com cerca de 350 mil volumes. Entre os tesouros do acervo estão uma edição original de Os Lusíadas (1572) e manuscritos de Camilo Castelo Branco e Gonçalves Dias. O acesso ao acervo geral é livre, com apoio das bibliotecárias. Sócios em dia com a contribuição mensal podem pegar até três livros emprestados (publicados após 1950), por até 15 dias.
O Real Gabinete Português de Leitura impressiona com sua arquitetura de estilo gótico-renascentistaDonatas Dabravolskas/Wikimedia Commons
2. Biblioteca Nacional do Brasil – Rio de Janeiro, RJ
Criada por D. João em 1810 para preservar os livros trazidos pela corte portuguesa, a Biblioteca Nacional do Brasil é, segundo a Unesco, a maior da América Latina. Abriga mais de 9 milhões de itens, entre livros, periódicos, mapas e imagens, em um prédio de estilo neoclássico com elementos ecléticos. O acervo está dividido em nove categorias, incluindo Cartografia, Iconografia, Manuscritos, Música e Obras Raras. Mais de um milhão de itens – entre monografias, teses e folhetos, do século XVIII aos dias atuais – estão disponíveis para consulta imediata. Destacam-se as edições princeps da literatura brasileira, parcialmente acessíveis em microfilme.
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro guarda mais de 200 anos de históriaFundação Biblioteca Nacional/Divulgação
A biblioteca preserva escadarias grandiosas e acervos rarosDonatas Dabravolskas/Wikimedia Commons
3. Biblioteca Mário de Andrade – São Paulo, SP
Inaugurada em 1926, a Biblioteca Mário de Andrade ocupa um edifício art déco na Rua da Consolação, projetado por Jacques Pilon, e é a maior biblioteca pública da cidade. Seu acervo reúne livros raros, obras de arte e periódicos históricos, com destaque para nove incunábulos – livros impressos antes de 1500 – e raridades como a Crônica de Nuremberg (1493). Entre 2007 e 2010, o prédio passou por uma ampla reforma que restaurou sua estrutura e reorganizou o acervo. A reabertura oficial, em 2011, marcou a retomada das atividades culturais e de pesquisa, com a reativação das coleções fixas. Hoje, o local oferece autoatendimento para empréstimos e devoluções 24h por dia e mantém uma programação cultural ativa, reafirmando-se como espaço de encontro, formação e troca de saberes.
Um ícone no centro de São Paulo, com uma história centenáriaWilfredor/Wikimedia Commons
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4. Biblioteca Parque Villa-Lobos – São Paulo, SP
Inaugurada em 2014 dentro do Parque Villa-Lobos, na zona oeste de São Paulo, a biblioteca ocupa o espaço onde antes funcionava um depósito da Ceagesp. Com design moderno e ambiente descontraído, abriga mais de 30 mil itens – entre livros, revistas, audiolivros e HQs – além de sala de games, ludoteca, equipamentos de acessibilidade, auditório e áreas para estudo e convivência. A programação inclui contação de histórias, oficinas, encontros com escritores e outras atividades culturais gratuitas. Com foco em literatura e meio ambiente, o acervo é atualizado semanalmente, e o usuário pode reservar livros indisponíveis: ao chegar na unidade, um aviso por e-mail é enviado, garantindo dois dias para a retirada.
Biblioteca apresenta um interior colorido e descontraído© Equipe SP Leituras/Reprodução
5. Biblioteca de São Paulo – São Paulo, SP
Inaugurada em 2010 no Parque da Juventude, a Biblioteca de São Paulo tem mais de 4 mil m² e um acervo com cerca de 46 mil itens. Inspirada nas melhores práticas das bibliotecas públicas do Chile e da Colômbia, adota o conceito de biblioteca viva, com foco nas pessoas, na troca de saberes e na valorização da leitura. O local oferece um ambiente confortável, acessível e inclusivo, com livros em braille, audiolivros, brinquedos, jogos de tabuleiro e videogames. A estrutura conta com auditório, ludoteca, salas de games e áreas de leitura, e o acervo contempla desde literatura nacional e estrangeira até obras de filosofia, religião, esportes, história e biografias. É possível reservar livros indisponíveis na unidade e, assim que o exemplar chega, o leitor recebe um aviso por e-mail e tem dois dias para retirá-lo.
A Biblioteca de São Paulo ocupa o antigo Carandiru e mostra como a arquitetura pode contar novas históriasDaniel Maforte/Pexels
Entre livros e programação diversificada, a BSP acolhe todos os perfis de leitor© Equipe SP Leituras/Reprodução
6. Gabinete Português de Leitura – Salvador, BA
Inaugurado em 1918, o Gabinete Português de Leitura de Salvador foi projetado pelo arquiteto italiano Alberto Barelli e construído pelo mestre de obras português Pinto Parente em estilo neomanuelino. A fachada, típica da arquitetura portuguesa, exibe detalhes delicados, escudos e brasões que reforçam o patriotismo luso. Por dentro, o edifício impressiona pela imponência e pela atmosfera carregada de história. Também conhecido como Biblioteca Infante D. Henrique, o espaço abriga cerca de 25 mil itens – entre livros, folhetos e jornais – e foi criado com o propósito de preservar os laços entre Portugal e a comunidade luso-baiana, funcionando como um núcleo de cultura portuguesa na Bahia.
A biblioteca apresenta uma construção tipicamente portuguesaPaul R. Burley/Wikimedia Commons
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7. Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais – Belo Horizonte, MG
Fundada em 1954 por iniciativa de Juscelino Kubitschek, a Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais é a principal de Belo Horizonte. Projetada por Oscar Niemeyer, tem arquitetura moderna e integra o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Seu acervo conta com mais de 550 mil exemplares, entre livros, revistas e jornais históricos, com destaque para coleções específicas como a Mineiriana, dedicada a autores de Minas, e a Patrimonial, voltada a obras raras e especiais. Além do setor de empréstimo, há espaços para estudo. A biblioteca também desenvolve ações de incentivo à leitura e inclusão, reafirmando seu papel como centro cultural.
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8. Biblioteca Pública Estadual do Amazonas – Manaus, AM
Um dos ícones arquitetônicos de Manaus, a Biblioteca Pública Estadual do Amazonas foi inaugurada em 1910 e ocupa um belo prédio neoclássico no centro da cidade. A escadaria principal, em arco aberto e ferro trabalhado, foi encomendada de Glasgow, na Escócia, e os tetos esculpidos exibem figuras como Gutenberg e Gonçalves Dias, fazendo do edifício um dos espaços culturais mais impressionantes da capital amazonense. Com acervo de mais de 70 mil itens – entre obras raras, periódicos antigos, gibis e livros – a biblioteca conta com salas de leitura, gibiteca, telecentro com acesso à internet e recebe mensalmente a Feira de Troca de Livros e Gibis.
BÔNUS
9. Biblioteca da Casa Museu Ema Klabin – São Paulo, SP
Dentro de uma mansão projetada nos anos 1950, no Jardim Europa, a biblioteca particular guarda cerca de 3.500 volumes. O ambiente foi inspirado na biblioteca de Frederico II, em Sanssouci, com estantes de pau-marfim e decoração de época, incluindo mobiliário do século XVIII e porcelanas chinesas. Entre os livros, há desde exemplares dos primeiros livros impressos no século XV até edições ilustradas de luxo do século XX, além de manuscritos raros e uma coleção de relatos de viajantes sobre o Brasil colonial. A biblioteca é parte da Casa Museu Ema Klabin e não permite empréstimos, mas pode ser visitada junto de outros cômodos do espaço.
A mansão de Ema Klabin foi convertida em casa museu e abriga as peças de arte colecionadas por ela mesmaGoverno do Estado de São Paulo/Divulgação
Estantes de pau-marfim, manuscritos raros e móveis clássicos compõem o ambienteNelson Kon/Arquivo Casa Museu Ema Klabin/Divulgação
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