Novo exame muda o jogo do diagnóstico da esclerose múltipla

Pesquisadores da Universidade Médica de Viena desenvolveram um exame de sangue inovador que pode prever com alta precisão o risco de desenvolver esclerose múltipla (EM) anos antes dos primeiros sintomas.

O estudo, publicado na Nature Communications, oferece perspectivas promissoras para diagnóstico precoce e prevenção da doença.

Risco de esclerose múltipla agora pode ser detectado no sangue, diz pesquisa (Imagem: New Africa/Shutterstock)

Descobertas do estudo

O novo método se baseia na detecção de autoanticorpos contra uma proteína específica do vírus Epstein-Barr (VEB) — o EBNA-1.

Esses anticorpos, produzidos após a infecção pelo VEB, mostram reação cruzada com estruturas cerebrais humanas e podem surgir até três anos antes do surgimento clínico da EM.

Em um estudo com mais de 700 pacientes com EM e 5.000 pessoas saudáveis, os pesquisadores constataram que indivíduos com níveis elevados e persistentes desses autoanticorpos apresentaram risco significativamente maior de desenvolver a doença.

Os dados também revelaram que esse risco aumenta especialmente entre aqueles que tiveram mononucleose infecciosa, forma sintomática da infecção por VEB.

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Avanço inédito para o diagnóstico precoce

Atualmente, biomarcadores como o neurofilamento de cadeia leve (NfL) e a proteína GFAP só indicam danos neurológicos em estágios posteriores.

Já o novo teste imunológico permite identificar a EM em uma fase pré-sintomática, quando ainda há tempo para intervenções preventivas ou tratamentos capazes de retardar o avanço da doença.

Segundo os autores, o exame pode ser útil para rastrear populações de risco, mas mais estudos são necessários antes de sua aplicação clínica ampla. Caso validado, o teste pode representar um grande avanço no combate à EM, que afeta cerca de 2,8 milhões de pessoas no mundo.

Cientistas austríacos associam resposta imune a proteína viral com início precoce da doença neurológica (Imagem: PaeGAG/Shutterstock)

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