Suplementos para depressão: quais funcionam de verdade?

Com o aumento da busca por suplementos de venda livre voltados à saúde mental, uma nova revisão científica buscou esclarecer quais realmente ajudam no combate à depressão.

O estudo, publicado na revista Frontiers in Pharmacology, analisou dados de 209 ensaios clínicos envolvendo 64 suplementos diferentes, com foco em adultos entre 18 e 60 anos com sintomas depressivos.

Pesquisadores analisaram se suplementos voltados para a saúde mental são realmente benéficos (Imagem: mrmohock/Shutterstock)

Quais realmente ajudam:

A pesquisa revisou quase 24 mil registros e agrupou os produtos em três categorias: evidência robusta (mais de 10 ensaios), emergente (2 a 9 ensaios) e limitada (apenas 1).

Os suplementos mais estudados foram ômega-3, erva-de-são-joão, vitamina D, açafrão e probióticos.

Apesar da popularidade, o ômega-3 apresentou resultados inconclusivos, sem efeito significativo em muitos estudos.

Por outro lado, a erva-de-são-joão e o açafrão mostraram eficácia comparável à de antidepressivos, com impacto positivo comprovado em diversos ensaios.

Vitamina D e probióticos também demonstraram benefícios leves na redução de sintomas depressivos.

Já suplementos como lavanda, camomila, erva-cidreira e ácido fólico surgem como promissores, embora ainda faltem estudos consistentes.

Outros, como melatonina, magnésio, curcumina e vitamina C, apresentaram efeitos variados ou inconclusivos.

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Mercado dos suplementos é bilionário

A pesquisa aponta ainda que mais de 40 dos 64 suplementos estudados foram avaliados apenas uma vez, destacando a defasagem entre o crescimento do mercado e a validação científica. A projeção é que as vendas globais desses produtos ultrapassem US$ 17 bilhões até 2030.

Apesar da escassez de efeitos colaterais relatados, os cientistas alertam: o acompanhamento médico é essencial, pois alguns suplementos podem interagir com outros medicamentos. E reforçam a necessidade de ensaios mais rigorosos e transparentes, especialmente em relação à segurança dos produtos.

Nova revisão revela que a maioria dos produtos tem pouca evidência de eficácia — mas alguns naturais mostram resultados promissores – Foto: Saowanee K/Shutterstock

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