Na década de 1920, Henry Ford decidiu construir seu próprio império da borracha aqui no Brasil. O objetivo era fugir dos custos elevados da importação do produto da Ásia, e o local escolhido foi nada menos que a Amazônia. O nome do projeto: Fordlândia. Mas, no fim das contas, o sonho industrial do fundador da Ford Motor Company se mostrou um pesadelo.
Entenda:
Na década de 1920, Henry Ford começou a construir seu império da borracha na Amazônia;
Chamada de Fordlândia, a cidade industrial abrigaria plantações de seringueiras e evitaria os altos custos da importação do produto da Ásia;
Às margens do rio Tapajós, a chegada de navios que traziam os materiais de construção para a Amazônia era difícil em períodos de seca;
Além disso, condições precárias e ataques de animais causavam o descontentamento dos trabalhadores;
Ataques de pragas ajudaram a jogar a última pá de terra sobre o projeto da Fordlândia, que foi abandonado em 1945.
O projeto de Ford era ambicioso: prédios, um hospital e até mesmo um espaço voltado para o entretenimento. Além de gerar empregos com a construção da cidade na Amazônia e, então, com a extração do látex, Fordlândia traria toda a matéria prima necessária para fabricar os pneus dos carros da Ford aqui mesmo.
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Secas atrasaram construção da Fordlândia na Amazônia
Tudo começou a dar errado com o rio Tapajós. Se, por um lado, ele ajudava a evitar enchentes durante chuvas fortes, também dificultava o transporte dos materiais de construção que chegavam à Amazônia em navios nos períodos de seca.
Isso causava atrasos que aumentavam ainda mais a pressão sobre os trabalhadores da Fordlândia – que já precisavam lidar com cobras venenosas, horários exaustivos, condições precárias, dietas limitadas e, principalmente, a proibição do consumo de bebidas alcóolicas.
Eventualmente, Ford conseguiu abrir caminho para as plantações de seringueiras. E foi então que outro problema surgiu.
Pragas ajudaram a destruir o sonho de Henry Ford
O empresário não contava com um detalhe: as pragas da Amazônia. Logo que as árvores foram plantadas, uma infestação de lagartas e outros insetos se espalhou rapidamente, varrendo as seringueiras.
Paralelamente, os problemas entre os trabalhadores continuavam. Finalmente, em 1945, o neto de Ford, Henry Ford II, descartou o projeto e vendeu as terras da Fordlândia de volta para o Brasil – resultando em um prejuízo que, atualmente, de acordo com a IFLScience, equivale a cerca de US$ 350 milhões.
Apesar disso, a cidade tem habitantes até hoje. Quanto a Ford, o empresário sequer chegou a visitar a cidade de seus sonhos.
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