A cantora Gaby Amarantos sempre teve uma relação intensa com a comida, mas só depois de muita reflexão e acompanhamento profissional entendeu que o que enfrentava ia além do apetite.
A artista revelou que viveu episódios de compulsão alimentar e precisou recorrer à terapia especializada para lidar com o problema. Sua jornada de autoconhecimento e saúde, que resultou na perda de mais de 30 quilos, tem inspirado muita gente, especialmente por mostrar que não se trata apenas de emagrecer, e sim de mudar a relação com o próprio corpo e com a comida.
O que é compulsão alimentar?
Compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela ingestão exagerada e rápida de grandes quantidades de comida, mesmo sem fome. Durante os episódios, a pessoa sente que perdeu o controle, come até se sentir desconfortável ou enjoada e, muitas vezes, sente culpa ou arrependimento depois.
Diferente de um simples exagero em datas comemorativas, a compulsão é repetitiva e emocionalmente desgastante, podendo impactar a saúde física e mental. Em muitos casos, está ligada a fatores como ansiedade, estresse, baixa autoestima e histórico de dietas muito restritivas.
Como identificar os sinais?
Alguns sinais podem indicar que a relação com a comida está sendo usada como forma de anestesiar emoções:
Comer escondido ou muito rápido;
Sentir culpa ou vergonha após as refeições;
Comer até passar mal, mesmo sem fome;
Usar a comida como válvula de escape para sentimentos como raiva, tristeza ou tédio;
Alternar entre longos períodos de restrição e episódios de exagero.
No caso de Gaby Amarantos, o alerta veio com a sensação de confusão mental e um acúmulo de questões emocionais mal resolvidas. Ela contou que só conseguiu avançar quando buscou ajuda psicológica e começou a olhar com mais atenção para sua saúde mental.
Como tratar a compulsão?
Não existe fórmula mágica. Mas, como mostrou Gaby, alguns passos fazem a diferença:
Terapia: É o ponto de partida mais eficaz. A terapia cognitivo-comportamental é uma das abordagens mais recomendadas para tratar compulsão alimentar.
Alimentação sem culpa: Reaprender a comer com prazer e sem proibições rígidas ajuda a reduzir os episódios compulsivos.
Atividade física: Não como punição, mas como aliada do bem-estar e do equilíbrio emocional.
Atenção plena: Práticas como mindfulness ajudam a desenvolver consciência corporal e emocional, fortalecendo o autocontrole.
Rotina equilibrada: Sono de qualidade, hidratação, suplementação adequada (quando indicada) e rotina regular ajudam a organizar o corpo e a mente.
A virada de chave de Gaby
Um dos grandes motivadores de Gaby foi a perda de seu irmão, Gabriel, que era diabético. A dor da perda despertou nela o desejo de cuidar da própria saúde. Desde então, ela iniciou uma rotina com acompanhamento psicológico, personal trainer que também é nutricionista, e práticas diárias de disciplina alimentar e física.
Além disso, ela destaca que não é perfeita, que ainda toma seu vinho e come o que gosta, mas com moderação. O mais importante para ela foi quebrar o ciclo de culpa e ter liberdade para comer sem sofrimento. Hoje, veste manequim 34, se sente bem diante do espelho e reforça: “Nunca tive uma relação tão maravilhosa com o espelho”.
Comer com prazer, não com ansiedade
A artista também falou sobre a mudança de paladar e da relação com alimentos antes evitados. Ela, que detestava legumes, hoje come brócolis como se fosse fast food, e afirma que nunca teve tanto prazer ao se alimentar. Essa mudança mostra que o processo não é apenas físico, mas também emocional. Reeducar o paladar e respeitar o próprio tempo faz parte da conquista.
Resumo:
A compulsão alimentar vai além do exagero pontual: é um distúrbio emocional que gera perda de controle, culpa e sofrimento. Gaby Amarantos superou o problema com terapia, autoconhecimento e uma nova relação com a comida. O tratamento inclui apoio psicológico, alimentação equilibrada, atividade física e, acima de tudo, paciência com o próprio corpo.
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