Conheça os perigos dos chips hormonais de testosterona

Os chamados chips hormonais, também conhecidos como implantes de hormônios ou “chips da beleza”, vêm ganhando cada vez mais espaço entre mulheres que buscam mais disposição, ganho de massa muscular e melhora da libido. Inseridos de forma subcutânea, eles liberam substâncias como gestrinona e testosterona de maneira contínua no organismo. Embora pareçam inofensivos à primeira vista, seus riscos são pouco divulgados — e, em alguns casos, irreversíveis.

Um dos efeitos adversos mais comuns, e menos falados, é a hipertrofia do clitóris, ou seja, o crescimento anormal e permanente desse órgão. Segundo o ginecologista Igor Padovesi, ouvido pelo Terra, essa alteração pode gerar desconforto estético, físico e até emocional, afetando a autoestima e a vida íntima das mulheres.

Entenda os efeitos colaterais dos hormônios usados nos implantes

Ainda que o uso de testosterona e gestrinona prometa efeitos atrativos, os efeitos colaterais dos hormônios androgênicos, principalmente quando combinados, merecem atenção. Isso porque o clitóris, órgão extremamente sensível e rico em terminações nervosas, responde diretamente à ação desses hormônios, resultando em um crescimento semelhante à ereção do pênis masculino — o que, em excesso, gera desconforto.

Além disso, Padovesi explica que o problema não se resolve sozinho. Mesmo após a interrupção do uso dos chips hormonais, a hipertrofia do clitóris persiste, pois o tecido já se desenvolveu permanentemente.

Cirurgias para corrigir a hipertrofia do clitóris

Felizmente, existem alternativas para mulheres que se sentem incomodadas com essa condição. A mais indicada é a clitoroplastia, uma cirurgia que remove parte dos corpos cavernosos do clitóris sem prejudicar sua função. “A técnica é feita de forma cuidadosa, com total preservação dos nervos. A sensibilidade permanece intacta”, tranquiliza o especialista.

Chips hormonais podem provocar alterações permanentes no corpo feminino – Crédito: Freepik

Apesar de segura, trata-se de um procedimento delicado, que exige anestesia e deve ser realizado em ambiente hospitalar. É essencial, portanto, buscar um profissional qualificado e com experiência no tema.

Outra técnica disponível é a clitoropexia. Nesse procedimento, o clitóris é reposicionado, mas sem redução de tamanho. “É uma solução estética temporária. Durante a excitação, o clitóris continua crescendo, o que pode gerar dor e desconforto. Além disso, há risco de o órgão voltar à posição anterior com o tempo”, alerta Padovesi.

Diferença entre clitóris e capuz: entenda antes de decidir

Muitas mulheres confundem a hipertrofia do clitóris com o excesso de pele na região genital. O capuz clitoriano é uma pele que recobre o clitóris, e, quando aumentado, pode causar incômodo, mas não está relacionado ao uso de hormônios.

Nesses casos, a solução mais indicada é a ninfoplastia, procedimento realizado no consultório, sem necessidade de internação, que reduz o excesso de pele dos pequenos lábios e do capuz clitoriano. “Hoje contamos com técnicas mais avançadas de capuzplastia, que oferecem ótimo resultado estético e mais conforto para a mulher”, finaliza o ginecologista.

Resumo: Embora os chips hormonais prometam benefícios para o corpo e a libido, seus riscos não podem ser ignorados. Entre os principais está a hipertrofia do clitóris, uma condição permanente que afeta o bem-estar íntimo e pode demandar cirurgia corretiva. Ao considerar esse tipo de modulação hormonal, é fundamental buscar orientação médica e avaliar todas as possibilidades com atenção.

Leia também: 

Vacina universal contra câncer existe? Pesquisadores da Flórida podem ter inventado