Big Bang: cientistas dão importante passo para entender o Universo

Cientistas fizeram nova e importante descoberta envolvendo a diferença entre a matéria e a antimatéria. Isso é importante para entendermos a existência do Universo.

As partículas de antimatéria, tais como antielétrons e antiprótons, têm a mesma massa dos elétrons e prótons, mas suas cargas elétricas são opostas.

Testes foram realizados no Grande Colisor de Hádrons no CERN (Imagem: Danuta Hyniewska/Shutterstock)

Os que os cientistas descobriram e relacionaram entre Big Bang e o Universo

O estudo foi divulgado na quinta-feira (16) na Nature;

Nele, uma coalizão internacional de cientistas do laboratório de física de partículas CERN, em Genebra (Suíça), revelou desequilíbrio sutil entre partículas similares a prótons e nêutrons;

Agora, os pesquisadores têm mais subsídios para estudar as discrepâncias entre matéria e antimatéria;

Xueting Yang, estudante de pós-graduação da Universidade de Pequim (China) e principal autora da pesquisa, diz que a descoberta auxilia no entendimento de questões mais amplas sobre a física fundamental.

Big Bang e o Universo

O Big Bang, teoria que explicaria a origem do Universo, afirma que as quantidades de matéria e antimatéria deveriam ser iguais, mas, quando as partículas de matéria colidem com a antimatéria, todas se aniquilam numa explosão de radiação.

Tal explosão deveria deixar o Universo sem matéria. Mas, 13,8 bilhões de anos depois, a matéria segue em abundância, e nada de antimatéria.

Ou seja, após o Big Bang, em algum momento, para cada bilhão de pares de matéria e antimatéria, uma partícula extra de matéria permaneceu. Esse é um fenômeno chamado de violação de carga-paridade (violação CP).

As novas descobertas foram baseadas em experimentos realizados entre os anos de 2011 e 2018 no Grande Colisor de Hádrons (LHC, na sigla em inglês) têm similaridades com o Big Bang, convertendo energia em partículas, resultando em produção de matéria e antimatéria.

Para a medição da violação de CP, os cientistas utilizaram o detector Large Hadron Collider beauty (LHCb). Esse detector foi projetado para registro de decaimentos de partículas capazes de explicar as diferenças entre matéria e antimatéria.

Prótons e nêutrons são a base da matéria (Imagem: bigjom jom/Shutterstock)

Outro foco do estudo foi o bárion lambda-beauty, partícula composta por três quarks. Um deles é o quark beauty (também conhecido como bottom), que substitui um quark down no nêutron.

Durante as colisões, o bárion lambda-beauty se descompunha em um próton e três mésons. Enquanto isso, a antimatéria se transformava em antiprótons e antimésons.

No fim das contas, o estudo apontou que a versão de matéria do decaimento pode ter sido mais provável em certos pontos percentuais do que a versão de antimatéria.

Foram observados 80 mil decaimentos, que indicaram que a chance de tal discrepância ocorrer por acaso é de menos de uma em cinco milhões.

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Violação de CP do século passado

O que foi visto nos bárions lambda-beauty poderia ser uma manifestação de violação de CP observada nos mésons ainda na década de 1960. Ela levou à inclusão de quarks top e bottom no modelo padrão da física de partículas.

A violação de CP em mésons foi descoberta nas décadas de 1990 e 2000, mas, na época, não eram suficientes para explicar as discrepâncias entre matéria e antimatéria.

Em um primeiro momento, os resultados também estão alinhados com os limites do modelo padrão, mas as descobertas recentes oferecem oportunidade de melhorar e testar as previsões teóricas.

Outra parte do LHC (Imagem: editorial: Belish/Shutterstock)

“A previsão teórica para decaimentos de bárions ainda é muito imprecisa, então, é difícil ter uma comparação precisa com os resultados experimentais”, afirmou Yang. No futuro, esperam-se mais experiências capazes de revelar novas fontes de violação de CP.

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