O Observatório Vera C. Rubin ainda passa por ajustes antes de começar oficialmente seus trabalhos. Mas os testes cobriram a região do céu onde o recém-descoberto cometa interestelar 3I/ATLAS parece estar.
O cometa foi descoberto em 1º de julho pelo telescópio do projeto ATLAS. Agora sabendo onde procurar, a equipe do supertelescópio Rubin encontrou observações do cometa feitas em 21 de junho. Depois, os astrônomos combinaram esses dados com observações feitas até 7 de julho.
Um artigo sobre a análise foi publicado no arXiv. Mas ainda não foi revisado por pares.
Imagens do Observatório Vera C. Rubin confirmam que objeto interestelar 3I/ATLAS é um cometa
As imagens do Rubin confirmam que o objeto interestelar é um cometa. E sua coma empoeirada (atmosfera difusa ao redor do núcleo) está crescendo. Ela tinha o tamanho da Terra em junho. Agora, seu raio aumentou quase três mil quilômetros.
Os dados do supertelescópio também fornecem uma nova estimativa para o tamanho do cometa. Estima-se que o núcleo do 3I/ATLAS tenha aproximadamente 5,6 quilômetros.
Este cometa é o terceiro objeto interestelar conhecido a passar pelo Sistema Solar. Aparentemente, ele é bem diferente dos dois anteriores: o Oumuamua e o cometa Borisov. O 3I/ATLAS se move cerca de duas vezes mais rápido e é significativamente maior. Além disso, pode ser mais antigo do que o Sistema Solar.
Testes e potencial do supertelescópio Rubin
“O Rubin está atualmente na ‘fase de comissionamento’. Isso significa que todos os sistemas estão sendo testados e avaliados; ainda não está funcionando de maneira rotineira”, escreveu Michele Bannister, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia, em postagem no Bluesky.
“Isso é totalmente normal para um novo telescópio: você precisa ajustar tudo e resolver todos os pequenos problemas antes de pedir que ele faça ciência de forma consistente”, acrescentou Michele.
A pesquisa sugere que se o Rubin já estivesse funcionando plenamente, provavelmente teria detectado o cometa 3I/ATLAS antes do ATLAS.
Além disso, a equipe apontou que o observatório poderá descobrir entre cinco e 50 objetos interestelares ao longo dos dez anos da pesquisa Legacy Survey of Space and Time (LSST).
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Interferência humana está mudando o campo magnético da Terra, diz estudo
Pesquisadores liderados pela geofísica Natasha Valencic, da Universidade de Harvard, revelaram que a construção de grandes represas ao redor do mundo está afetando o campo magnético da Terra.
O acúmulo de água em cerca de sete mil barragens alterou a distribuição de massa do planeta, deslocando a crosta terrestre em torno de um metro em relação ao seu núcleo magnético – o que gera o fenômeno conhecido como “verdadeira deriva polar”.
Esse deslocamento ocorre porque o peso extra de água represada puxa a crosta em direção ao equador, alterando o eixo de rotação da superfície, embora o núcleo magnético permaneça fixo. Assim, é a crosta que se move sobre o campo magnético interno, e não o polo em si que muda de lugar.
Saiba mais nesta matéria do Olhar Digital.
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