A Terra vai girar mais rápido do que o habitual nesta terça-feira (22/7). A rotação será concluída 1,34 milissegundo antes das 24 horas usuais, sendo o segundo tempo mais rápido que o planeta fez desde que as medições atômicas precisas começaram, em 1974.
A diferença é pequena demais para ser percebida, mas os dados recentes apontam uma tendência de aceleração que tem intrigado os cientistas. Desde 2020, o planeta vem superando seus próprios recordes de velocidade de rotação em uma sequência incomum.
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Curiosidades astronômicas sobre a Terra
A Terra não é uma esfera perfeita. Ela é ligeiramente achatada nos polos e mais larga na linha do Equador. Este formato se deve à velocidade de rotação do planeta.
O núcleo da Terra gira a uma velocidade diferente da crosta. Estudos indicam que ele pode girar levemente mais rápido ou mais devagar, em ciclos de décadas.
A Lua está se afastando da Terra a uma taxa de cerca de 3,8 centímetros por ano, o que pode aumentar ainda mais a duração dos dias ao longo de milhões de anos.
Cerca de 70% da superfície terrestre está coberta por água, mas essa fina camada representa menos de 0,1% da massa total do planeta.
O dia mais curto até hoje ocorreu em 5 de julho de 2024. Na ocasião, a Terra completou uma rotação 1,66 milissegundo mais rápido que o padrão. Até então, o recorde era de 1,05 milissegundo, medido em 2020.
Neste ano, 10 de julho assumiu a dianteira, com 1,36 milissegundos a menos. Ainda está previsto que 5 de agosto também tenha um dia mais curto, com 1,25 milissegundos abaixo das 24 horas, fechando o pódio das datas mais aceleradas do ano.
Terra tem o segundo dia mais curto do ano nesta terça (22/7)
Essa sequência de registros alimenta discussões sobre a possibilidade de se adotar o segundo bissexto negativo. A medida, nunca utilizada, consistiria em subtrair um segundo dos relógios atômicos por volta de 2029.
A principal hipótese dos cientistas para a aceleração do planeta é, curiosamente, a desaceleração do núcleo da Terra, que pode estar transferindo mais movimento para as camadas mais superficiais, por uma inércia sutil, porém mensurável.
Mudança pode ser apenas temporária
Apesar da aceleração recente, a tendência de longo prazo segue sendo a de dias mais longos. A rotação da Terra não tem um ritmo fixo. Durante sua formação planetária, ela girava muito mais rápido. Acredita-se que cada dia durava cerca de 19 horas. Com o tempo, as interações do núcleo terrestre alcançaram maior equilíbrio, o que tornou os dias mais longos.
Outro fator para a desaceleração tem sido o atrito gerado pelas marés lunares. A gravidade da Lua puxa os oceanos da Terra, criando freios naturais que consomem energia da rotação e estendem a duração do dia. A Lua adiciona cerca de 2 milissegundos à duração de um dia a cada século.
A influência da Lua é especialmente grande na superfície. Em 10 de julho, o satélite estava em sua declinação máxima, ou seja, mais afastada do equador terrestre. Esse alinhamento gera uma atração gravitacional que altera levemente a oscilação do eixo da Terra.
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