A coordenadora de alocação e inteligência da corretora de investimentos Avenue, Juliana Benvenuto, falou sobre a importância de ter ativos no exterior. Durante o programa Oeste Negócios da última segunda-feira, 21, a especialista em finanças ressaltou a insegurança jurídica como um dos fatores mais preocupantes no Brasil.
“Para o investidor que investe fora do Brasil, você teve ali o IOF [Imposto sobre Operações Financeiras], que foi uma novela e que balançou bastante o risco e o medo do investidor”, explicou a coordenadora da Avenue. “Um aumento de 1,1% para 3,5% de IOF, financeiramente, é um aumento muito expressivo. Mas isso nos mostra quanto a gente está exposta a um risco que pode mudar um imposto desse do dia para a noite.”
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Para além das instabilidades internas, o Brasil agora enfrenta um entrave diplomático com os Estados Unidos, a maior potência econômica do planeta. No dia 9 de julho, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A taxação vai começar a valer a partir de 1º de agosto.
Com o prazo para negociar com os norte-americanos próximo do fim e o governo federal sem um representante na Casa Branca, investidores estrangeiros já começaram a se movimentar. No mês de julho, cerca de R$ 3,5 bilhões saíram do Brasil por meio do mercado financeiro.
“Boa parte do nosso fluxo em Bolsa de Valores se dá por estrangeiro”, diz Juliana. “Quando a bolsa se valoriza, é muito mais pelo estrangeiro do que pelo investidor local. Então quando o mundo está mais propício a aceitar risco, quando a situação está mais tranquila, o investidor acaba vindo com um pouquinho do portfólio.”
Especialista explica onde investir fora do Brasil
Para se proteger da volatilidade e da insegurança jurídica brasileira, Juliana Benvenuto diz que os EUA costumam ser um dos principais destinos.
“O que é hoje o investimento considerado um dos mais seguros do mundo?”, indaga a coordenadora da Avenue. “O Tesouro Americano. Quando todo mundo quer fugir de risco, para onde todo mundo corre? Geralmente para títulos de curto prazo do governo norte-americano. Ouro também, moedas de países fortes.”
Segundo a especialista, o investidor brasileiro entendeu isso. Juliana Benvenuto explicou que existe uma busca maior por renda fixa no exterior, até mesmo para usar o mercado global como uma forma de proteger patrimônio.
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