Selo verificado do WhatsApp vira ferramenta em golpes online

Contas com o selo de verificado no WhatsApp Business estão sendo usadas por golpistas para aplicar fraudes em consumidores que aguardam entregas de encomendas. Combinando esse recurso a anúncios pagos no Google, os criminosos simulam a identidade de empresas conhecidas para enganar usuários e induzi-los a pagamentos indevidos.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, os golpes têm como alvo principal clientes dos Correios e da transportadora Total Express, que realiza entregas para a Amazon. Os golpistas compram o selo de verificado por meio do serviço pago Meta Verified, o que, visualmente, não se diferencia da verificação concedida a grandes marcas autênticas. Isso gera uma falsa sensação de segurança entre os usuários.

A Meta vende selos de verificação, que eventualmente podem ser usados por golpistas para passar uma imagem legítima (Imagem: Adryan Samuel Hutagalung / Shutterstock.com)

Golpe usa aparência legítima no WhatsApp para induzir ao erro

Com o selo visível, criminosos ganham aparência de empresa real e abordam vítimas com mensagens que citam nome, endereço e telefone.

Essas mensagens costumam envolver supostos atrasos ou cobranças de taxas de entrega.

As contas falsas imitam logos e nomes de empresas conhecidas e podem usar números internacionais.

Algumas dessas mensagens incluem links para sites fraudulentos, que copiam o visual de empresas reais.

Em muitos casos, os sites têm domínio estrangeiro e não apresentam dados básicos como CNPJ, política de privacidade ou informações institucionais.

Anúncios no Google também são usados para atrair vítimas

Além do WhatsApp, golpistas também compram anúncios no Google para aparecer nas primeiras posições de busca com termos como “rastrear encomenda” ou “Correios rastreamento”. O objetivo é capturar pessoas em busca de informações sobre entregas.

Esses anúncios redirecionam o usuário para páginas falsas, que imitam cores e elementos visuais das empresas reais, mas incluem formulários para coleta de dados ou pagamento de taxas inexistentes. Segundo o Google, em 2024 foram removidos 200 milhões de anúncios irregulares no Brasil, e mais de 1 milhão de contas foram suspensas.

Criminosos utilizam também anúncios do Google para aplicar golpes (Imagem: BINK0NTAN / Shutterstock.com)

Vazamentos de dados aumentam o risco

No mês passado, os Correios confirmaram acesso indevido aos dados de 2% de sua base de 35 milhões de cadastros, o que representa cerca de 800 mil usuários. As informações envolvidas incluem nome, CPF, telefone, e-mail e endereço.

Embora os Correios afirmem que os golpes já ocorriam antes do incidente, especialistas alertam que dados pessoais são usados por criminosos para criar mensagens mais convincentes. Isso amplia a efetividade de golpes de engenharia social, como cobranças falsas ou exigência de pagamento para liberação de encomendas.

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Desconfie de cobranças enviadas por WhatsApp ou SMS, mesmo com selo de verificado

Nunca clique em links suspeitos, principalmente se houver solicitação de pagamento

Confira o site oficial da empresa antes de realizar qualquer pagamento

Verifique a URL cuidadosamente: golpistas usam variações sutis para enganar

Não forneça dados bancários por mensagem

Ative a autenticação em dois fatores nos aplicativos que oferecem essa opção

Monitore seu CPF em serviços como o Registrato, do Banco Central

Orientações específicas para clientes da Amazon

A Amazon afirma que não solicita pagamentos por telefone, e-mail, WhatsApp ou redes sociais. A empresa recomenda:

Usar apenas o site amazon.com.br ou o aplicativo oficial

Não realizar pagamentos por meios externos como Pix, boleto ou transferência

Ignorar mensagens com pedidos urgentes ou suspeitos

Verificar o histórico de pedidos diretamente na conta antes de tomar qualquer ação

Denunciar mensagens suspeitas para reportarscam@amazon.com

Em caso de dúvidas, entrar em contato pelo telefone 0800 038 0541 ou e-mail ajuda-amazon@amazon.com.br

Golpistas miram clientes da Amazon (Imagem: Fabio Principe/Shutterstock)

Tanto os Correios quanto a Total Express reforçam que não enviam mensagens cobrando taxas por WhatsApp, e-mail ou SMS. O rastreamento de pedidos deve ser feito apenas pelos canais oficiais: aplicativo Correios, site dos Correios ou site da Total Express.

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