O boom da inteligência artificial já está cobrando seu preço e ele poderá ser verificado no mercado de energia dos Estados Unidos. O custo de fornecimento de eletricidade no país deve aumentar 22%, atingindo um valor recorde.
A expectativa é que as contas de luz fiquem até 5% mais caras, em comparação com o ano anterior, nas áreas cobertas pela PJM Interconnection. Esta rede atende 67 milhões de clientes distribuídos em 13 estados e Washington DC.
Energia está cada vez mais cara
O aumento é justificado pela compra de novos lotes para atender ao aumento da demanda de energia provocado pela IA. A PJM informou que pagará US$ 16,1 bilhões para garantir o abastecimento de junho de 2026 a maio de 2027.
No início deste ano, algumas medidas foram adotadas para tentar manter os preços da energia mais baixos. No entanto, o consumo de eletricidade por data centers e outras estruturas tem sido muito superior à capacidade de fornecer mais energia.
O cenário é tão preocupante que o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentou um plano que deve flexibilizar regras de uso da terra e de produção energética, visando acelerar a construção de usinas a gás, carvão e nuclear. Segundo o republicano, estas fontes são essenciais para manter o país competitivo frente à China na corrida global pela liderança em inteligência artificial.
Trump também declarou estado de emergência energética nacional, justificando a medida pela enorme demanda de eletricidade para alimentar sistemas de IA e centros de dados. As informações são do Financial Times.
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ONU pressiona por tecnologia limpa
Nesta semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo direto às empresas de tecnologia para utilizarem 100% de energia renovável em seus data centers até 2030.
“O futuro está sendo construído na nuvem. Deve ser alimentado pelo sol, pelo vento e pela promessa de um mundo melhor”, afirmou Guterres, destacando que, apesar da retomada de fontes poluentes por alguns países, a transição para energias limpas é inevitável.
Ele ainda criticou as medidas de Trump e reforçou que governos devem apresentar novos planos climáticos nacionais até setembro, para cumprir as metas do Acordo de Paris e evitar retrocessos.
E defendeu que a nova demanda energética global deve ser suprida com fontes renováveis e que tecnologias mais eficientes de uso de água para resfriamento também sejam adotadas nos centros de dados.
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