A ONG internacional de sustentabilidade Global Footprint Network e Universidade de Toronto, no Canadá, alertaram que esta quinta-feira (24) marcou a data em que consumimos os recursos ecológicos de um ano inteiro. Isso significa que a nossa demanda é superior ao que a Terra é capaz de produzir.
Este marco é monitorado todos os anos e recebe o nome de Dia da Sobrecarga da Terra (Overshoot Day). O problema é que ele tem chegado cada vez mais cedo. Neste ano, uma semana antes do que ocorreu em 2024, por exemplo.
Terra está sobrecarregada
Os pesquisadores da Global Footprint Network destacam que usar recursos naturais em excesso está provocando muitos “males ambientais”. E que consumir regularmente mais do que o planeta pode naturalmente oferecer tem um efeito cumulativo. As informações são do portal DW.
Catar, Luxemburgo e Singapura são os países que “torram” os recursos do planeta em ritmo mais rápido. Se todos vivessem como nesses três locais, a sobrecarga da Terra teria sido atingida já em fevereiro. Já os Estados Unidos esgotariam o nosso planeta no dia 13 de março, enquanto Alemanha e Polônia, em 3 de maio. No caso da China e Espanha, em 23 de maio. O Brasil entraria em déficit ecológico em 1º de agosto.
Para se ater aos limites da Terra, a pegada ecológica mundial teria que corresponder à biocapacidade disponível por pessoa, que atualmente é de cerca de 1,5 hectares. Tudo que excede isso está superexplorando o planeta. A biocapacidade é composta por áreas terrestres e marinhas que provêm recursos como alimentos e madeira, podem acomodar a infraestrutura urbana e absorver o CO2 excedente.
O problema é que, em vez de ajustar economias para reduzir a sobrecarga da Terra, consumistas estão tentando espremer a natureza até a última gota, como um tubo de pasta de dente, alerta a Global Footprint Network. Por isso, ela listou uma série de soluções para atrasar o Dia da Sobrecarga da Terra.
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O que pode ser feito para minimizar o problema?
Precificar emissões de carbono, de modo a refletir o verdadeiro custo da emissão de carbono para o planeta, o que poderia nos fazer ganhar 63 dias.
Cidades inteligentes, equipadas com sistemas de transporte integrados e gerenciamento de energia avançado, poderiam acrescentar mais 29 dias a essa conta.
Outros 26 dias adicionais poderiam ser ganhos com a substituição de carvão e usinas de gás por alternativas energéticas renováveis, como solar e eólica, e a geração de 75% da energia a partir de fontes de baixo carbono.
A redução à metade do desperdício de alimentos e a substituição de 50% do consumo global de carne por alternativas vegetais nos fariam ganhar, respectivamente, 13 e 7 dias extras só em emissões de carbono e uso da terra.
E um dia sem carne por semana nos daria cerca de dois dias adicionais de recursos planetários.
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