O que sabemos sobre o plano de data centers do Brasil

Os data centers são estruturas centrais da revolução tecnológica impulsionada pela inteligência artificial. Não é por acaso que as construções têm se multiplicado em diversos países, um cenário que o Brasil não quer ficar de fora.

O governo brasileiro está criando um plano nacional para atrair investimentos estrangeiros para o setor. A ideia é apresentar o país como um centro de infraestrutura sustentável, aproveitando a abundante oferta de energia renovável nacional.

Plano nacional quer atrair investimentos estrangeiros (Imagem: divulgação/Agência Brasil)

Isenção de impostos pode atrair trilhões em investimentos

Segundo informações da Folha de São Paulo, o Ministério da Fazenda planeja criar um regime tributário especial que reduz a zero a alíquota dos impostos federais dos produtos comprados pelas empresas que estiverem construindo data centers no Brasil.

A medida também isenta do imposto de importação os produtos que não são produzidos no país, como os chips da Nvidia.

O chamado Regime Especial de Incentivos para instalação de Data Centers no Brasil (RE-Data) deve conceder vantagens tributárias de cerca de R$ 701 bilhões para grandes empresas de tecnologia.

O projeto já passou pelos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços e da Fazenda, e agora está no Planalto, que avalia o melhor momento para enviar a proposta ao Congresso.

Alterações no texto ainda podem ser feitas.

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Objetivo é atrair cerca de R$ 2 trilhões para impulsionar o setor no país (Imagem: Alexander Limbach/Shutterstock)

Data centers precisam cumprir algumas exigências

O governo brasileiro estima que a estratégia pode garantir cerca de R$ 2 trilhões em investimentos relacionados ao setor de inteligência artificial e outras tecnologias na próxima década. Deste total, R$ 1,5 trilhão viria de companhias de tecnologia estrangeiras.

Se tudo der certo, o Brasil teria capacidade de adicionar à sua rede de distribuição mais 10 gigawatts em projetos de data centers nos próximos dez anos, e a construção de infraestrutura para suportar 1 gigawatt dedicado a computação custa R$ 50 bilhões, totalizando um investimento de R$ 500 bilhões. Na prática, as indústrias brasileiras constroem o prédio, o sistema elétrico e parte do sistema de refrigeração, e as big techs cuidam dos computadores e da rede.

Indústria de IA receberá estímulo do governo (Imagem: Anggalih Prasetya/Shutterstock)

Para construir as estruturas, no entanto, alguns critérios precisam ser atendidos. O principal deles diz respeito a sustentabilidade, incluindo o uso de energia 100% renovável nas operações. Também será exigido que uma parcela significativa da capacidade de produção seja destinada para uso doméstico.

As autoridades brasileiras ainda querem recolher 2% dos valores importados para o Fundo Nacional de Desenvolvimento Industrial e Tecnológico (FNDIT ), que reúne recursos privados sob gestão do BNDES para diminuir o risco de financiamento de projetos de inovação. Como o banco estatal entra com uma parte do investimento, a empresa por trás do projeto fica menos exposta em caso de fracasso.

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