7 animais peçonhentos que entram na casa dos brasileiros

Nem sempre é preciso sair de casa para correr risco. Às vezes, o perigo atravessa o portão, se esconde no armário ou rasteja pelo chão da cozinha. Pode estar atrás da cortina, dentro do sapato ou sob o travesseiro. Sem aviso, ele entra, e nem sempre sozinho.

Bem, é verdade que o parágrafo acima está um tanto exagerado e dramático. Mas, fizemos isso apenas para alertar que, sim, animais peçonhentos podem entrar no seu quintal ou, pior, se esconder na sua residência.

Se você já encontrou uma aranha ou escorpião dentro do sapato, sabe a importância de bater os calçados antes de usá-los. Mas, essas não são as únicas ameaças que podem nos prejudicar. Por isso, a seguir listamos 7 bichos peçonhentos que podem invadir seu lar e causar problemas.

Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus)

Tityus stigmurus / Crédito: Hjalmar Turesson (Wikimedia)

Onde ocorre no Brasil: Sudeste, Centro-Oeste e Nordeste.

Risco: alto, principalmente para crianças e idosos.

Esse escorpião é o mais comum no ambiente doméstico brasileiro, sendo considerada uma das espécies mais venenosas da América do Sul. O escorpião-amarelo adaptou-se bem às cidades, espalhando-se rapidamente porque se reproduz por partenogênese, ou seja, uma fêmea pode gerar filhotes sem a necessidade de macho. 

O escorpião-amarelo pode ser encontrado em entulhos, esgotos, bueiros e locais escuros. Na sua casa, ele pode se abrigar em materiais de construção, dentro do sapato, móveis, garagens, porões e outros ambientes escuros.

Por se alimentar de baratas, sua presença em locais mal higienizados é facilitada. O veneno deste escorpião pode causar dor intensa, vômitos, sudorese, aumento da pressão arterial e, em casos graves, especialmente em crianças, pode levar à insuficiência respiratória, alterações cardíacas e até choque.

Aranha-marrom (Loxosceles spp.)

Imagem: Pong Wira/Shutterstock

Onde ocorre: em todo o Brasil, principalmente nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

Risco: médio a alto.

Observação: “spp.” indica que falamos de alguma espécie do gênero Loxosceles, sem especificar qual.

Discreta e de hábitos noturnos, essa aranha se esconde em locais escuros, tranquilos e pouco movimentados. Tem corpo pequeno, podendo atingir até 3 cm de envergadura total. Sua coloração varia do marrom-claro ao escuro.

Costuma se abrigar dentro de casas, especialmente atrás de móveis, rodapés, dentro de armários e roupas guardadas, além de locais como entulhos e telhados.

Seu veneno é capaz de causar necrose na pele e nos tecidos próximos, o que pode levar a lesões sérias e de difícil cicatrização. A picada geralmente passa despercebida no momento, mas nas horas seguintes surgem dores.

Os sintomas incluem dor e queimação no local, inchaço, vermelhidão, formação de bolhas e feridas que podem evoluir para necrose. Em casos graves, podem surgir febre, mal-estar, náuseas e fraqueza. 

Lacraia (Scolopendra spp.)

Lacraia (Scolopendra polymorpha) / Crédito: CC BY 2.0 (Wikimedia)

Onde ocorre: presente em todo o Brasil, principalmente em clima quente e úmido. 

Risco: baixo a médio

Observação: “spp.” indica que falamos de alguma espécie do gênero Scolopendra, sem especificar qual.

As lacraias possuem forcípulas, que são pernas modificadas com presas venenosas, usadas para imobilizar presas. Em humanos, a picada causa dor intensa, inchaço e vermelhidão. O veneno pode provocar reações alérgicas, variando de inchaço exagerado a sintomas graves, como dificuldade para respirar.

Muito comuns nas áreas urbanas, as lacraias são ativas à noite. Em climas quentes e úmidos, elas aparecem em banheiros, jardins e áreas de serviço. O corpo delas é segmentado e pode chegar a até 20 cm de comprimento.

Aranha-armadeira (Phoneutria spp.)

(Imagem: Tobias Hauke / Shutterstock.com)

Onde ocorre: em todo o Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.

Risco: alto

Observação: “spp.” indica que falamos de alguma espécie do gênero Scolopendra, sem especificar qual.

O nome “armadeira” vem da atitude de ataque dessa aranha, que ergue as patas dianteiras para mandar aviso. Ela possui 4 cm de corpo e 15 cm de tamanho de envergadura.

Quando entra em casa, a aranha-armadeira costuma se esconder em calçados, roupas, atrás de móveis, cortinas e entulhos. Ela gosta de locais escuros, úmidos e com pouca movimentação.

Seu veneno é neurotóxico e pode causar dor intensa no local da picada, inchaço, sudorese, náusea, vômito, taquicardia, hipertensão, agitação, dificuldade respiratória e, em casos raros, priapismo (ereção prolongada e dolorosa). Em crianças, idosos ou pessoas com problemas de saúde, o envenenamento pode ser fatal se não houver tratamento.

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Escorpião-marrom (Tityus bahiensis)

Tityus bahiensis / Crédito: Márcia Cristina Martins da Silva (wikimedia)

Onde ocorre: Centro-Oeste, Sudeste e Sul.

Risco: médio.

O escorpião-marrom pode entrar em casas em áreas urbanas, mas isso ocorre principalmente em residências próximas a áreas verdes, como parques, terrenos com vegetação ou córregos. Ele não é tão comum dentro das casas no centro das cidades, diferentemente do escorpião-amarelo. 

O escorpião-marrom aparece mais quando há movimentação de terra ou obras, que o forçam a se deslocar para locais como casas. Este bicho mede cerca de 6 a 7 cm e tem o corpo marrom avermelhado. Seu veneno causa dor, inchaço e, em alguns casos, sintomas neurológicos.

Jararaca-da-mata (Bothrops jararaca)

(Imagem: reptiles4all / Shutterstock.com)

Onde ocorre: Bahia e regiões Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste.

Risco: médio para alto.

A jararaca-da-mata é uma cobra venenosa comum nas regiões de Mata Atlântica. Ela pode entrar em casas localizadas em áreas urbanas próximas a regiões de mata, especialmente onde há terrenos baldios, áreas verdes ou córregos. A presença de roedores e pequenos animais nesses locais atrai a jararaca para dentro das residências.

Em áreas urbanas muito centrais, com pouca ou nenhuma vegetação ao redor, é raro encontrar essa cobra dentro das casas. A jararaca-da-mata tem corpo com tons variados de marrom, verde e cinza, com manchas escuras que ajudam na camuflagem em ambientes de mata.

Sua picada causa dor intensa, inchaço e sangramento. Em casos graves, provoca necrose e alterações na coagulação do sangue.

Viúva-negra (Latrodectus sp.)

Aranha viúva negra. (Imagem: Shutterstock)

Onde ocorre: em todo o Brasil.

Risco: médio.

Observação: “spp.” indica que falamos de alguma espécie do gênero Latrodectus, sem especificar qual.

Mais uma aranha peçonhenta para essa lista, a picada da viúva-negra provoca dor intensa, câimbras musculares, sudorese, náuseas e, em casos mais graves, dificuldade respiratória.

A viúva-negra pode entrar em casas e outros locais protegidos, tanto em áreas rurais quanto urbanas. Ela prefere ambientes escuros, tranquilos e pouco movimentados. Dentro de casa, pode ficar em cantos, frestas, janelas, atrás de móveis, batentes de portas, armários e porões, onde constrói suas teias.

A fêmea adulta é preta brilhante, com uma mancha vermelha em forma de ampulheta na parte inferior do abdômen; os machos são menores e menos peçonhentos.

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