A equipe do documentário Espécies Raras, original do Apple TV+, capturou imagens de ursos-de-gobi, espécie de urso mais ameaçada de extinção – por isso, ganhou o apelido de “urso mais raro do mundo”.
As imagens foram capturadas nas profundezas do deserto da Mongólia, onde a equipe participou de “um esconde-esconde extremo, buscando ursos-de-gobi antes que eles desapareçam para sempre”, segundo a Apple.
A equipe instalou “armadilhas fotográficas” para gravar imagens dos bichos. E ficou em êxtase quando um filhote passou andando na frente de uma das câmeras. É o que mostra um vídeo postado no canal Apple TV no YouTube recentemente. Assista abaixo:
O documentário já está disponível para assistir no Apple TV+.
Ursos-de-gobi mostrados em documentário do Apple TV+ são os mais ameaçados de extinção
Além de uma das espécies mais raras do mundo, o urso-de-gobi, conhecido localmente como Mazaalai, é o único adaptado a viver exclusivamente em ambiente desértico, segundo postagem do blog da empresa de viagem Amicus Mongolia.
Endêmico da Mongólia, a espécie vive apenas no Deserto de Gobi (daí seu nome), um dos ambientes mais extremos da Terra. Com população estimada entre 40 e 50 indivíduos, é uma espécie sob grave ameaça de extinção, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês).
Estudos sobre o Mazaalai são realizados desde 1967. E, desde o início, apontam uma população extremamente reduzida. Em 2018, pesquisadores mongóis identificaram 36 indivíduos por meio de armadilhas fotográficas.
Embora cientistas soviéticos tenham sugerido que ele era uma subespécie do urso-negro-asiático, estudos genéticos e morfológicos confirmaram que se trata de uma subespécie do urso-pardo (Ursus arctos), com adaptações únicas para sobreviver ao clima desértico.
Em termos físicos, o urso de Gobi é menor que o urso-pardo comum, tem pelagem mais clara para camuflagem no deserto e um palato posterior mais largo. Devido ao seu número reduzido e habitat remoto, esqueletos e crânios são extremamente raros.
Sobrevivência no deserto
O Deserto de Gobi apresenta temperaturas extremas (variando de 40 °C no verão a -33 °C no inverno) e chuvas escassas, com menos de 100 mm por ano.
Durante o verão, os Mazaalai buscam abrigo em cavernas, rochas com sombra e vegetação densa para fugir do calor. A disponibilidade de água, no entanto, é incerta. E secas severas podem afetar gravemente a espécie.
No inverno, entre outubro e março, eles dormem (não uma hibernação completa), abrigando-se em tocas forradas com galhos e grama seca.
Para sobreviver, os ursos percorrem grandes áreas – até 2,5 mil km² no caso dos machos – em busca de água e alimento.
O que comem
A dieta dos ursos-de-Gobi é majoritariamente vegetal, devido à escassez de presas animais. Eles consomem raízes de ruibarbo, arbustos, gramíneas e, quando disponíveis, insetos como gafanhotos e besouros.
Além disso, eles se alimentam de carcaças, atuando como “limpadores naturais” do ecossistema. Seus hábitos de forrageamento deixam cavidades no solo, onde cavam para acessar raízes e bulbos.
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Desafios para protegê-los da extinção
A Mongólia, com apoio internacional, tem priorizado sua conservação por meio de alimentação suplementar, patrulhas anti-caça, monitoramento com câmeras e campanhas educativas. Mas a espécie ainda está sob ameaça por conta de: mudanças climáticas, baixa diversidade genética e reprodução lenta.
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