Produtos como café e cacau podem ser excluídos das tarifas impostas pelos Estados Unidos. O secretário de Comércio do país, Howard Lutnick, informou nesta terça-feira, 29, que o governo avalia isentar itens naturais que não são produzidos no país. Os detalhes das tarifas serão definidos até sexta-feira, 1º de agosto, quando as alíquotas entram em vigor.
“Para o resto do mundo, vamos ter tudo pronto até sexta-feira. E sexta-feira não está assim tão longe”, afirmou o secretário em entrevista à emissora norte-americana CNBC News. “Portanto, podem esperar que, tal como dissemos, 1º de agosto é a data em que vamos definir todas essas taxas.”
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No dia anterior, o presidente Donald Trump declarou que países não notificados oficialmente pela Casa Branca, entre eles o Brasil, estarão sujeitos a uma tarifa universal, situada entre 15% e 20%. Lutnick reforçou que recursos naturais ausentes em solo norte-americano poderão ficar isentos das taxas.
“O presidente inclui recursos naturais quando ele faz um acordo. Se você cultiva algo e nós não, então isso pode ficar sem tarifa”, disse Lutnick à CNBC, sem mencionar nenhum país especificamente. “Então, se fizermos um acordo com um país que cultiva mangas ou abacaxi, eles podem entrar sem tarifa. Café e cacau seriam outros exemplos de recursos naturais.”
O Brasil é o principal fornecedor do café para os EUA e responde por cerca de um terço do mercado norte-americano, que comprou 17% de todo o café brasileiro exportado entre janeiro e maio deste ano. O país também exporta manga, citada por Lutnick, em grande quantidade para os norte-americanos.
EUA também discutem tarifas com União Europeia e China
O secretário comunicou que, no momento, autoridades dos EUA e da União Europeia seguem discutindo tarifas sobre aço, alumínio e serviços digitais. Donald Trump e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, anunciaram um princípio de acordo no último domingo.
“Governo vai pra NY negociar tarifas”.
Governo em NY: pic.twitter.com/3WWJyOOoLU
— Rafael Gloves (@rafaelgloves) July 29, 2025
Quanto às negociações com a China, previstas para serem concluídas até 12 de agosto, Lutnick esclareceu que essas conversas têm dinâmica própria, separadas dos demais acordos em andamento. Representantes dos dois países continuam reuniões em Estocolmo, na Suécia, para buscar uma extensão de 90 dias na trégua tarifária.
Ele também comentou sobre o TikTok, explicando que, embora o tema não faça parte do principal eixo das negociações, “não se pode ter uma discussão sem abordar tópicos que são relevantes”. Lutnick afirmou que o aplicativo será bloqueado nos EUA caso a China não repasse parte do controle aos norte-americanos.
“Não podemos ter controle chinês e ter algo em 100 milhões de telefones norte-americanos”, declarou o secretário.
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