Localizada na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, Itaipu é uma das maiores usinas hidrelétricas do mundo em termos de capacidade instalada e produção de energia. O espaço conta com diversas turbinas, além de uma usina de biogás e biometano.
Neste local, resíduos orgânicos são transformados em energia limpa. E muito deste “combustível” vem da Receita Federal, a partir de produtos contrabandeados que são aprendidos, caso do feijão e milho, por exemplo.
Itaipu tem diversas parcerias semelhantes
Segundo a Agência Brasil, existe uma parceira entre a Receita e o Centro Internacional de Energias Renováveis (CIBiogás), que opera a biousina.
O espaço ainda tem acordos com a Polícia Federal (PF) e o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
O objetivo é dar um destino para mercadorias apreendidas fruto de contrabando e descaminho (quando produtos entram no país sem o devido pagamento de impostos).
Na área de estoque da planta estão litros e mais litros de vinho, toneladas de açúcar e outros produtos, como azeite, óleo, batata, chiclete, farinha, cacau e pó de café.
No total, já foram mapeados mais de 400 tipos de resíduos capazes de serem transformados em energia limpa.
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Produção de biometano
Um enorme tanque vedado proporciona a biodigestão, processo em que a matéria orgânica desses produtos é transformada em biogás. O resultado final é um gás combustível renovável e que ajuda a diminuir a emissão de gases do efeito estufa, causadores das mudanças climáticas.
Do biogás é produzido o biometano, que tem características semelhantes ao gás natural, sendo usado para abastecer a frota de veículos leves do complexo e o ônibus de turismo da hidrelétrica. A biousina produz cerca de 200 metros cúbicos (m³) por dia de biogás e 100 m³/dia de biometano, o que permite abastecer diariamente dez carros.
Desde 2017, a unidade já abasteceu 41,3 mil m³ de biometano, o que possibilitou 484 mil quilômetros rodados. Os técnicos do CIBiogás informam que a planta já processou 22 toneladas de leite em pó provenientes da Índia e apreendidos no Porto de Paranaguá, no Paraná, 75 toneladas de cacau vindos da Tailândia, também apreendidos em Paranaguá, bem como 9 mil litros de azeite, 5,5 toneladas de leite em pó e 870 litros de vinho.
O espaço ainda recebe resíduos de restaurantes do complexo de Itaipu. A planta processa meia tonelada de rejeitos por dia, mas este ritmo pode aumentar, uma vez que a capacidade é de até uma tonelada diária. Também é possível produzir biofertilizantes, utilizados na irrigação de gramas ou áreas degradadas.
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