A Casa Branca vai anunciar em duas semanas os resultados de uma investigação que servirá como base para a taxação de semicondutores pelo governo americano. A informação foi divulgada pelo secretário de Comércio, Howard Lutnick.
Conduzida sob a Lei de Expansão Comercial de 1962, a análise vem sendo feita desde abril para avaliar se a dependência de importações estrangeiras de produtos farmacêuticos e semicondutores coloca a segurança nacional sob risco.
A mesma lei foi usada para balizar uma investigação paralela sobre importações de cobre e madeira serrada, além de aço, alumínio e a indústria automobilística, que sofreram um reajuste de 25% poucos meses após o retorno do republicano ao poder.
Semicondutores são peças essenciais na fabricação de chips — o governo americano vem tentando aumentar a produção nacional (reduzindo a dependência de Taiwan, principalmente) desde a gestão Biden, que liberou bilhões de dólares por meio do Chips Act.
Livre concorrência
As novas tarifas podem favorecer duas grandes empresas americanas do setor: Texas Instruments e Intel, de acordo com o site Investing.com. As companhias não só já operam fábricas, como têm investido nos processos de fabricação de chips internamente.
A mudança, aliás, surge em momento oportuno para a Intel, que vem perdendo espaço para outras gigantes do setor. A empresa está cortando 15% de sua força de trabalho e cancelando planos de gastos bilionários em novas instalações, mudando o foco para o mercado de chips de IA, como informou o Olhar Digital.
Ao mesmo tempo, vale ressaltar que as ações da Nvidia subiram quase 30% neste ano, enquanto a sua principal concorrente, a Advanced Micro Devices (AMD), registrou um crescimento de 38% nos papeis da empresa, de acordo com o site Stock Twits.
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Novos acordos
Enquanto os resultados da investigação não são divulgados, o presidente Donald Trump segue realizando negociações individuais. Neste domingo (28), ele se reuniu com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em seu clube de golfe na Escócia.
Ambas as partes chegaram a um acordo de 15% sobre as importações da UE, evitando cifras maiores que poderiam colocar em xeque a saúde financeira de nações europeias. A negociação inclui o setor automobilístico, que chegou a ser taxado separadamente em 25%.
Já a briga tarifária com a China terá novos desdobramentos após a prorrogação da trégua entre os dois países por mais 90 dias. Mas a preocupação maior agora parece ser com a flexibilização da venda de chips H20 da Nvidia — especialistas e ex-funcionários do governo dos EUA acreditam que a medida coloca em risco a vantagem dos americanos.
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