A vacinação é uma estratégia poderosa de prevenção de doenças causadas por vírus e bactérias desde o nascimento até a terceira idade. Depois da infância, a importância dos imunizantes aumenta para idosos devido ao enfraquecimento natural do sistema imunológico que ocorre com o passar dos anos.
À medida que envelhecemos, o sistema imunológico passa pelo processo de imunossenescência, que reduz a capacidade de resposta a infecções, tornando os idosos mais vulneráveis a doenças infecciosas e suas complicações. Por isso, a necessidade de tomar reforços de vacinas com maior frequência.
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As vacinas indicadas para idosos fazem com que o organismo reconheça e combata os agentes infecciosos com mais eficiência, evitando quadros graves, hospitalizações e até mortes.
“O calendário de imunização do idoso é uma evolução natural da jornada vacinal ao longo da vida. Assim como o adulto precisa de vacinas específicas — além daquelas recebidas na infância —, o idoso também precisa de atualizações conforme vai envelhecendo”, destaca o infectologista Rodrigo Lins, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).
Vacinas indicadas para idosos
Influenza (gripe): o imunizante tem dose anual e reduz em até 70% as hospitalizações por pneumonia.
Vírus sincicial respiratório (VSR): com dose única, a vacina tem proteção de até dois anos e é indicada para idosos a partir dos 70 anos ou para pessoas entre 60 e 69 anos com doenças respiratórias ou problemas cardiovasculares crônicos.
Covid-19: o reforço da vacina deve ser realizado a cada seis meses, seguindo o cenário epidemiológico e as orientações locais.
Hepatite B: a vacina é recomendada para idosos que não foram vacinados anteriormente.
dTpa (difteria, tétano e coqueluche): o reforço do imunizante deve ser feito a cada 10 anos.
Pneumocócica: previne contra pneumonia, meningite e sepse. O esquema varia conforme o histórico vacinal.
Herpes-zóster: o esquema vacinal é realizado em duas doses e é recomendado mesmo para quem já teve a doença.
Febre amarela: é aplicada em dose única e indicada apenas em áreas de risco.
Riscos da vacinação incompleta
A desinformação e a falta de orientação médica ainda são problemas que fazem com que idosos tenham suas carteiras de vacinação incompletas. Para o infectologista André Bon, do laboratório Exame Medicina Diagnóstica, a atualização da caderneta de vacinação deve ser prioridade nas consultas de rotina.
“Manter o esquema vacinal atualizado é um ato de cuidado e expressão de amor com essa população. Temos evidências científicas comprovando que só a vacinação contra a gripe pode reduzir em até 70% as hospitalizações por pneumonia em idosos”, reforça o médico.
Efeitos colaterais leves são esperados
É previsto em bula que algumas pessoas tenham efeitos colaterais leves após a vacinação, como inchaço ou dor no local da aplicação, vermelhidão, febre baixa ou mal-estar que costumam cessar em até dois dias e não devem ser motivo de preocupação.
Contraindicações
Antes de procurar um posto de saúde para atualizar as vacinas, é importante se consultar com seu médico para saber sobre possíveis contraindicações. Imunizantes com vírus atenuado, como febre amarela e herpes-zóster, devem ser evitadas por pessoas imunossuprimidas, em tratamentos de câncer ou utilizando imunossupressores em altas doses, por exemplo.
Já pessoas com alergia grave a ovo não devem receber a vacina da gripe tradicional, pois o imunizante pode conter pequenas quantidades da proteína do alimento na composição. Em casos de reações alérgicas após alguma dose anterior, a reaplicação deve ser avaliada por um profissional.
“As vacinas são fundamentais para um envelhecimento de qualidade e diminuição de intercorrências. Infelizmente, muitos idosos não estão com o esquema vacinal completo por desconhecimento”, afirma a médica geriatra Priscilla Mussi, do Hospital Santa Lúcia, em Brasília.
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