A atividade sísmica registrada na madrugada de terça (29) para quarta-feira (30) no Extremo Oriente da Rússia desencadeou a erupção do vulcão Klyuchevskoi, na península de Kamchatka. De acordo com a agência estatal RIA, o fenômeno ocorreu após uma série de terremotos que tiveram como epicentro a própria região do vulcão, considerada uma das áreas geologicamente mais ativas do planeta.
Segundo o Serviço Geofísico Unificado da Academia Russa de Ciências, a erupção teve início com lava incandescente escorrendo pela encosta, acompanhada por um brilho intenso e explosões visíveis no cume. Apesar da magnitude do tremor e do subsequente alerta de tsunami, as autoridades locais informaram que os impactos foram considerados limitados, sem registro de mortos ou feridos graves.
Tremores e evacuações na Rússia
O terremoto de magnitude 8,8 levou o governo russo a acionar protocolos de emergência em diferentes regiões do país. Na província de Kamchatka, o governador Vladimir Solodov afirmou que não houve vítimas, mas destacou um aumento expressivo nas chamadas aos serviços de emergência, inclusive por ataques de pânico.
Na ilha de Sakhalin, o governador Valery Limarenko relatou que também não foram registrados danos estruturais ou mortes. Mesmo assim, o estado de emergência foi decretado no distrito de Severo-Kurilsky, onde mais de duas mil pessoas foram evacuadas para áreas elevadas. O Ministério da Saúde local relatou incidentes isolados, como o caso de uma pessoa que teria se ferido ao pular da janela durante o tremor.
O Ministério de Emergências da Rússia confirmou que o tsunami chegou a inundar partes da cidade de Severo-Kurilsk, nas Ilhas Curilas, exigindo a retirada de cerca de 300 pessoas do porto. Imagens compartilhadas nas redes sociais mostram estruturas submersas e contêineres arrastados pela força da água. A mídia estatal russa relata que algumas pessoas ficaram feridas, mas sem gravidade.
Alerta internacional e impacto global
O terremoto russo também provocou alertas de tsunami em diversos países ao redor do Pacífico. No Japão, quase dois milhões de pessoas foram orientadas a evacuar suas casas em mais de 100 municípios, de Hokkaido a Okinawa. Sirenes soaram em várias cidades, serviços de balsa e trem foram suspensos, e aeroportos precisaram interromper operações.
A presidência russa afirmou que os sistemas de alerta funcionaram bem, contribuindo para conter os danos. Ainda assim, os efeitos do tremor ultrapassaram as fronteiras do país. Os Estados Unidos emitiram alertas para a Costa Oeste, o Alasca, Oregon, Washington e São Francisco, segundo declaração do presidente Donald Trump. O Havaí também registrou a chegada das primeiras ondas.
Outros países do Pacífico ativaram protocolos de emergência. China, Canadá, México, Chile, Filipinas e Indonésia emitiram alertas de tsunami. O Peru monitora possíveis impactos, e o Equador estima ondas de até 1,5 metro nas Ilhas Galápagos.
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Região vulnerável a desastres naturais
A península de Kamchatka e as ilhas próximas integram o chamado Círculo de Fogo do Pacífico, uma área de intensa atividade tectônica, frequentemente associada a grandes terremotos e erupções vulcânicas. O tremor desta semana foi o mais forte no mundo desde 2011, quando um terremoto de magnitude 9,1 atingiu o Japão, seguido de tsunami devastador.
Na ocasião, mais de 20 mil pessoas morreram ou desapareceram e cerca de 100 mil ficaram desabrigadas. As ondas de até 45 metros também causaram o colapso da Usina Nuclear de Fukushima, marcando o maior desastre atômico desde Tchernóbil, em 1986.
Como medida preventiva, trabalhadores da usina de Fukushima foram retirados temporariamente do local na madrugada desta quarta-feira, segundo a imprensa japonesa.
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