Com uma altitude de 8.848,86 metros, o pico mais alto da Terra atrai turistas do mundo inteiro. No entanto, apenas cerca de 7 mil pessoas alcançaram a proeza de chegar ao cume desde 1953, de acordo com o Banco de Dados do Himalaia. Sobretudo, além de alpinistas, o Monte Everest acumula muitas curiosidades.
Desde a origem do seu nome, à polêmica da sujeira deixada para trás pelos seus visitantes, o Monte Everest é um prato cheio para quem adora saber um pouco mais sobre essas expedições famosas de aventuras extremas. Confira a seguir 8 fatos surpreendentes sobre esse gigante do Himalaia.
10 curiosidades inusitadas sobre o Monte Everest
1- A montanha tem dois nomes oficiais
Entre as principais curiosidades sobre o Monte Everest está o fato de existirem dois nomes oficiais. Além do nome dado pelos britânicos, que fizeram o levantamento trigonométrico das montanhas mais altas, até então, também há o nome nativo.
Sobre o nome inglês, a origem é uma homenagem ao renomado geógrafo Sir George Everest, que foi uma grande influência no trabalho geográfico da Índia britânica.
Além do nome Everest, a montanha possui dois nomes tradicionais oficialmente reconhecidos: Sagarmāthā, utilizado no Nepal, que significa “testa do céu” em sânscrito, e Chomolungma, usado no Tibete (China), traduzido como “mãe do Universo”.
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2- A montanha cresce a cada ano
Sim, o Monte Everest cresce anualmente devido à contínua colisão entre as placas tectônicas indiana e euroasiática. Esse movimento geológico, chamado orogênese, eleva os picos do Himalaia em cerca de 2 a 4 milímetros por ano.
Além das forças tectônicas, a erosão causada por rios da região contribui para o crescimento da montanha. A remoção de sedimentos reduz a pressão sobre a crosta, permitindo sua elevação gradual, um processo conhecido como rebote isostático.
Para acompanhar o crescimento da montanha, cientistas utilizam sensores GPS de alta precisão, instalados em pontos estratégicos da montanha. Além disso, existem também os satélites de sensoriamento remoto, para monitorar variações milimétricas em sua altitude ao longo do tempo.
3- O caminho ao topo está cheio de corpos, fezes e lixo congelados
Ao longo dos anos, cerca de 300 pessoas perderam a vida nas encostas do Monte Everest, e com o derretimento do gelo seus corpos congelados se tornam visíveis, situação que levanta preocupações éticas e sanitárias, segundo a BBC.
Além disso, o turismo excessivo também agrava os impactos ambientais, com o acúmulo de lixo, equipamentos de escalada abandonados e resíduos humanos. Para enfrentar esses desafios, surgiram iniciativas de limpeza como a “Eco Everest Expedition”, voltadas à preservação da montanha.
4- Há uma “zona da morte” a partir dos 8 mil metros
Uma das curiosidades mais assustadoras para quem sonha em escalar o Monte Everest é a existência da chamada “zona da morte”, localizada acima dos 8 mil metros de altitude.
Nesse trecho extremo da montanha, o nível de oxigênio é tão baixo que o corpo humano começa a entrar em colapso, mesmo com equipamentos especializados. Os riscos incluem hipotermia, alucinações, edemas cerebrais e pulmonares, além da possibilidade de congelamento em poucos minutos.
5- Você precisa pagar para escalar a montanha (e não é barato)
Explorar o Monte Everest pode custar de R$ 21 mil em pacotes básicos de trekking até o Base Camp, chegando a mais de R$ 330 mil em expedições completas até o cume.
Os valores variam conforme a duração, estrutura da aventura e presença de guias especializados, como Sherpas locais ou brasileiros, refletindo tanto os desafios da jornada quanto a complexa logística envolvida.
6- Já não é mais considerada a montanha mais alta do mundo
Embora o Monte Everest seja oficialmente a montanha mais alta do mundo em relação ao nível do mar, outras montanhas podem superá-lo dependendo do critério adotado. O Mauna Kea, localizado no Havaí, alcança cerca de 10.210 metros desde sua base oceânica até o topo, embora grande parte de sua estrutura esteja submersa.
Já o Chimborazo, no Equador, é considerado o ponto mais distante do centro da Terra devido à curvatura do planeta, superando o Everest sob essa perspectiva geodésica. Esses exemplos mostram como diferentes métodos de medição podem revelar novas formas de enxergar as gigantes da natureza.
7- O pico já esteve submerso no oceano
Curiosamente, milhões de anos atrás, o topo do Monte Everest estava submerso sob o antigo oceano Tétis, como comprovam fósseis marinhos encontrados em suas rochas, incluindo trilobitas e crinoides.
Esse passado subaquático veio à tona graças à colisão das placas tectônicas da Índia e da Eurásia, que empurrou lentamente o leito oceânico para cima, formando a cordilheira do Himalaia. Assim, em vez de a água evaporar ou desaparecer, o terreno se elevou gradualmente, revelando no ponto mais alto do planeta as marcas de um fundo marinho ancestral.
8- Há ventos de 300 km/h no cume
Acampamento Base do Everest, Khumbu, Nepal – 13 de abril de 2014: Preparação para a cerimônia Puja/Shutterstock_Kondoruk
No cume do Monte Everest, os ventos podem atingir velocidades impressionantes de até 300 km/h, especialmente durante o inverno e em períodos de instabilidade atmosférica. A média registrada costuma girar em torno de 162 km/h, o que já representa um risco extremo para alpinistas.
Para se ter uma ideia da força desses ventos, eles se aproximam da intensidade de um tornado EF5, o mais destrutivo na Escala Fujita, que pode ultrapassar 322 km/h. Ou seja, o Everest, em seus piores dias, pode apresentar ventos comparáveis aos de um dos fenômenos naturais mais violentos da Terra.
9- Você precisa de oxigênio engarrafado para chegar ao topo
Monte Everest visto de Kala Patthar e três caminhantes a caminho do acampamento base do Everest, no Vale de Khumbu, Nepal/Shutterstock_Daniel Prudek
Sim, o uso de oxigênio engarrafado é amplamente recomendado, e praticamente indispensável para alcançar o cume. Acima de 8 mil metros, na chamada “zona da morte”, o ar tem apenas cerca de um terço do oxigênio encontrado ao nível do mar.
Isso provoca fadiga extrema, confusão mental e risco de edema pulmonar ou cerebral, tornando a escalada sem oxigênio suplementar um desafio extremamente perigoso, até mesmo para os alpinistas mais experientes. Embora algumas poucas pessoas tenham chegado ao topo sem oxigênio engarrafado, essa prática é considerada arriscada e inadequada para a grande maioria dos escaladores.
10- Você precisa de vários documentos para escalar o Monte Everest
Para escalar o Monte Everest pelo lado do Nepal, é obrigatório obter a permissão oficial de escalada emitida pelo Departamento de Turismo, além da autorização para entrar no Parque Nacional de Sagarmatha e o cartão TIMS, que ajuda a monitorar os alpinistas.
Também são exigidos visto de turista, atestado médico comprovando boa condição física e seguro de saúde com cobertura para resgate em alta montanha.
Desde 2014, é obrigatório contratar um guia licenciado, o que aumenta a segurança da expedição. Além dos documentos, o alpinista deve ter experiência em montanhas de grande altitude e técnicas de escalada no gelo. O processo de liberação pode levar algumas semanas, exigindo planejamento prévio e atenção às exigências locais.
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