Diástase Abdominal: o que é, como tratar e quando a cirurgia é indicada

Sandy, Bianca Andrade (a Boca Rosa), Thaís Fersoza e Lore Improta são algumas das muitas mulheres que já enfrentaram um problema comum após a gestação: a diástase abdominal. A condição afeta não apenas o físico, mas a autoestima e o bem-estar.

Para esclarecer o que é essa alteração, como ela se desenvolve e quando a cirurgia de abdominoplastia é indicada, AnaMaria conversou com a médica cirurgiã Giulia Godoy, especialista no assunto.

“É muito importante abordar o tema, pois se não for tratada, a diástase acaba enfraquecendo a parede abdominal, o que pode levar à dor lombar, fraqueza abdominal, alterações posturais e, como leva a um abaulamento da região abdominal, compromete também a autoestima e o bem-estar da paciente”, explica.

O que é a diástase abdominal?

Apesar de ser confundida por muitas mulheres com a hérnia umbilical, a diástase é uma condição distinta. “A diástase abdominal é o afastamento da musculatura na região abdominal e normalmente ocorre depois da gravidez”, explica Giulia. “Durante a gestação, aumenta muito o volume do abdome, a musculatura se afasta e aí não consegue voltar completamente como era antes”, diz.

Já a hérnia umbilical é causada por um defeito na parede abdominal. Ela também pode surgir após a gravidez, por conta do aumento de volume na barriga, mas costuma aparecer especificamente na região do umbigo, um ponto de maior fragilidade da parede abdominal. “É bem comum acontecerem em conjunto, a diástase e a hérnia depois da gravidez”, completa.

Há maneiras de tratar a diástase! Foto: FreePik

Como a diástase se desenvolve?

De acordo com a médica, a diástase é um processo natural do corpo durante a gestação, mas que pode ser agravado por alguns fatores. “O que pode piorar este processo são múltiplas gestações, várias vezes em sequência ocorrendo esse afastamento da musculatura, tornando mais difícil dela voltar ao que era antes”, aponta.

Além disso, o ganho de peso excessivo, a genética e até o tabagismo são fatores que podem intensificar o quadro.

A abdominoplastia é o tratamento cirúrgico indicado?

Sim. A abdominoplastia, conhecida por remover o excesso de pele da região abdominal, também pode corrigir a diástase. “Como a gente já vai fazer o descolamento de toda a região da musculatura abdominal para a retirada do excesso de pele, conseguimos aproveitar e corrigir esse afastamento da musculatura abdominal, tratando a hérnia e a diástase”, ressalta.

A médica reforça que, além da cirurgia, o fortalecimento da musculatura abdominal com exercícios físicos é essencial. “Uma musculatura mais forte previne de acontecer novamente a diástase.”

Cuidados antes e depois da cirurgia

O processo de preparação para a cirurgia requer atenção. “Antes da cirurgia, o que a gente precisa fazer é preparar muito bem a paciente, realizando todos os exames de checagem da sua saúde. Não pode estar em sobrepeso ou obesidade e já deve ter finalizado a amamentação”, orienta.

No pós-operatório, a recomendação é de repouso e uso da cinta abdominal. “No início, nós pedimos para não forçar praticamente nada a musculatura do abdômen — então no momento de se levantar, virar de lado e não fazer muitos movimentos que forcem a musculatura abdominal.”

As atividades físicas podem ser retomadas aos poucos após um mês, mas os exercícios abdominais só devem ser liberados depois de seis meses da cirurgia.

Resumo:
A diástase abdominal é o afastamento dos músculos da barriga, comum após a gestação. A condição pode causar dor, enfraquecimento muscular e impactar a autoestima. Em casos mais graves, pode ser tratada com abdominoplastia, sempre com avaliação médica e cuidados antes e depois da cirurgia.

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