Zuckerberg: quem não usar óculos com IA ficará para trás

Durante a divulgação dos resultados financeiros do segundo trimestre da Meta, o CEO Mark Zuckerberg voltou a defender uma ideia que tem reiterado com frequência: os óculos inteligentes com inteligência artificial devem se tornar o principal meio de interação com a tecnologia nos próximos anos. A declaração reforça os argumentos que ele já havia publicado mais cedo em um post no blog oficial da empresa, no qual discute o papel da chamada “superinteligência” no futuro.

Na apresentação aos investidores, Zuckerberg afirmou que pessoas sem acesso a esse tipo de tecnologia poderão estar em desvantagem cognitiva significativa em relação às demais. “Se você não tiver óculos com IA — ou alguma forma de interagir com a IA — provavelmente vai estar em desvantagem comparado com outras pessoas”, declarou.

Mark Zuckerberg acredita que os óculos com IA são o futuro, e quem não usar ficará para trás (Imagem: Algi Febri Sugita / Shutterstock.com)

Óculos como interface ideal para a IA

Para Zuckerberg, a combinação de áudio, visão e exibição de conteúdo digital em tempo real posiciona os óculos como o formato ideal para a evolução das interfaces inteligentes.

Óculos vão ser basicamente o formato ideal para a IA, porque você pode deixar a IA ver o que você vê durante o dia, ouvir o que você ouve e falar com você.

Mark Zuckerberg

CEO da Meta defende os óculos como os vestíveis ideais para uso de IA (Imagem: Divulgação/Ray-Ban)

Ele acredita ainda que adicionar uma tela a esses dispositivos (seja com projeção holográfica, como nos futuros óculos Orion da Meta, ou com visores mais simples) pode ampliar ainda mais seu valor para o consumidor. A aposta reforça os investimentos da Meta na linha Ray-Ban Meta, além da recém-lançada parceria com a Oakley.

Crescimento nas vendas e perdas nos investimentos

Apesar das perdas acumuladas com a divisão Reality Labs, responsável pelo desenvolvimento de dispositivos de realidade aumentada e virtual da Meta, as vendas dos óculos Ray-Ban Meta surpreenderam positivamente.

De acordo com a fabricante EssilorLuxottica, a receita com o produto mais que triplicou no comparativo anual.

Ainda assim, os custos da operação permanecem altos. Apenas no segundo trimestre, o prejuízo operacional da Reality Labs foi de US$ 4,53 bilhões.

Desde 2020, as perdas acumuladas da unidade já se aproximam de US$ 70 bilhões.

O discurso de Zuckerberg pode ser entendido como uma tentativa de justificar os gastos perante os acionistas, ao posicionar os óculos com IA como aposta de longo prazo no mercado de consumo.

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Disputa por novas interfaces com IA

Outras empresas também estão explorando novas formas de interação com a inteligência artificial. A OpenAI, por exemplo, adquiriu neste ano a startup do ex-executivo da Apple Jony Ive, em um acordo de US$ 6,5 bilhões, com o objetivo de desenvolver dispositivos voltados para o consumidor final. Já startups como Humane e Limitless testam formatos como pins e pendentes com IA, embora com sucesso limitado até agora.

Jony Ive fechou acordo com a OpenAI de Sam Altman (Imagem: OpenAI)

Apesar da concorrência e da incerteza sobre qual será o dispositivo dominante da próxima era da computação, Zuckerberg mantém sua visão. “O legal dos óculos é que eles vão ser a melhor forma de unir os mundos físico e digital”, afirmou. Para ele, a proposta do Metaverso segue relevante, e a IA será um motor importante para acelerar essa transição.

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