A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) se desfez de parte de sua participação na Usiminas. A Globe Investimentos, empresa ligada à família Batista, controladora da JBS e da Eldorado Celulose, comprou 4,99% do capital da concorrente. O valor estimado da transação gira em torno de R$ 263,3 milhões.
O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira, 31, por meio de um fato relevante divulgado aos investidores. A operação envolveu mais de 62 milhões de ações, somando papéis ordinários e preferenciais da Usiminas. O negócio ocorre depois de pressão judicial sobre o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que exige o desinvestimento da CSN na rival desde 2014.
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A Globe Investimentos, apesar de não integrar formalmente o grupo J&F, pertence à família Batista e tem como presidente Aguinaldo Gomes Ramos Filho, sobrinho de Joesley e Wesley Batista.
Como resultado, a compra das ações da Usiminas representa a primeira movimentação direta da família no setor siderúrgico nacional. As ações adquiridas estão fora do bloco de controle da Usiminas, liderado pela Ternium, pela japonesa Nippon Steel e pelo fundo de previdência da própria Usiminas.
Mesmo assim, a movimentação acendeu alertas no mercado, especialmente pela origem dos compradores e o momento político do negócio.
CSN aguarda nova sessão do Cade
A CSN vinha sendo cobrada pelo Cade a reduzir sua participação na Usiminas para abaixo de 5%. Em julho, o Tribunal Regional Federal da 6ª Região aumentou a pressão e deu dois meses para que a empresa apresentasse um plano de alienação dos papéis.
A operação com a Globe fez a participação da CSN cair de 12,91% para 7,92% no capital total da Usiminas. A companhia ainda precisa vender cerca de 2,93% para cumprir integralmente a exigência.
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Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, iniciou a formação da posição acionária na Usiminas em 2011, com aquisições no mercado aberto. A mais recente venda ocorre a poucos dias de uma nova sessão do Cade, marcada para 6 de agosto, que discutirá novamente a questão do desinvestimento.
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