O que é a baixa reserva ovariana? 

Descobrir que a reserva ovariana está baixa pode ser um susto para muitas mulheres — especialmente aquelas que ainda não planejam ter filhos a curto prazo. A boa notícia é que, com acompanhamento especializado, ainda há caminhos possíveis para realizar o sonho da maternidade.

A baixa reserva ovariana não significa infertilidade imediata, mas exige atenção e planejamento. “A avaliação da reserva ovariana permite verificar a funcionalidade dos ovários e a capacidade reprodutiva da mulher, sendo realizada por meio de exames de imagem e hormonais”, explica o ginecologista e especialista em reprodução humana Marcelo Marinho de Souza, diretor médico da FERTIPRAXIS – Centro de Reprodução Humana.

O que é a reserva ovariana?

Toda mulher nasce com uma quantidade determinada de óvulos, que vai diminuindo ao longo da vida reprodutiva. Segundo Marcelo, “por volta dos 35 anos a reserva ovariana começa a diminuir progressivamente, até chegar à menopausa”. Esse processo é natural, mas pode ser acelerado por outros fatores.

Como avaliar a reserva?

Os exames mais utilizados para verificar a reserva ovariana são a dosagem do hormônio antimuleriano (HAM) e a contagem de folículos antrais (CFA). Esses dois testes podem ser feitos juntos ou separadamente. Além deles, os níveis de FSH e estradiol também ajudam a compor o quadro, especialmente quando medidos até o quinto dia do ciclo menstrual.

Quais fatores influenciam a baixa reserva ovariana?

Além da idade, outras condições de saúde e hábitos podem afetar a quantidade e qualidade dos óvulos. Entre os principais fatores associados estão:

Endometriose

Tratamentos prévios com quimioterapia ou radioterapia

Doenças autoimunes

Histórico genético

Falência ovariana precoce

Tabagismo

Ter baixa reserva impede de engravidar?

Não. Segundo Maria do Carmo Borges de Souza, diretora médica da FERTIPRAXIS, “ter baixa reserva ovariana não impede a mulher de engravidar. Durante o período fértil, ainda há a possibilidade de concepção, desde que esteja ovulando”.

A especialista explica que a idade da mulher é o fator mais determinante para o sucesso da gestação. “Por exemplo, uma paciente entre 25 e 30 anos, mesmo com baixa reserva, pode engravidar com mais facilidade do que uma mulher com 35 anos ou mais”, afirma.

“Isso ocorre porque, com a idade mais avançada, os óvulos vão perdendo a qualidade. A fertilidade feminina declina de forma mais acentuada a partir dos 35 anos, tornando-se ainda mais crítica após os 40. Em mulheres entre 40 e 44 anos, a chance de conceber naturalmente varia entre 5% e 10%, com risco aumentado de perdas gestacionais devido ao envelhecimento dos óvulos e à redução da sua quantidade e qualidade”, completa.

Baixa reserva ovariana? Veja o que fazer. Foto: FreePik

Quais são os tratamentos possíveis?

O primeiro passo é buscar avaliação com um especialista em reprodução assistida, que indicará os exames e condutas adequadas. “Se a mulher sonha em constituir uma família e descobre que possui baixa reserva ovariana, é essencial procurar um médico especialista em reprodução humana”, recomenda Marcelo.

Entre as possibilidades, estão o congelamento de óvulos, caso a mulher deseje adiar a maternidade, e a fertilização in vitro, que pode aumentar as chances de gravidez. Em casos mais avançados, há ainda a ovodoação, quando se utiliza o óvulo de uma doadora.

“Procedimentos como a preservação dos óvulos ou até mesmo a fertilização in vitro podem vir a aumentar as chances de uma gestação bem-sucedida. Quando não é mais possível a obtenção de óvulos próprios, existe ainda a possibilidade de engravidar com óvulos provenientes de ovodoação”, conclui o especialista.

Resumo:
A baixa reserva ovariana é comum com o avanço da idade, mas não impede a gravidez. Especialistas recomendam avaliação médica individualizada, com opções como congelamento de óvulos, fertilização in vitro ou ovodoação. O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença.

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