Recentemente, o Olhar Digital noticiou que pedaços de Mercúrio podem ter sido encontrados na Terra. Dois meteoritos analisados por pesquisadores britânicos apresentam características que indicam uma possível origem no planeta mais próximo do Sol.
Se isso for confirmado, estas são as primeiras rochas mercurianas descobertas em solo terrestre – o que oferece uma rara oportunidade de estudo.
Até hoje, nenhuma missão espacial trouxe amostras da superfície de Mercúrio. As únicas sondas que chegaram perto foram a Mariner 10 e a MESSENGER, ambas da NASA, que ficaram apenas sobrevoando o planeta. Um pouso controlado seria tecnicamente complexo e financeiramente caro, com uma viagem que pode levar até sete anos para ser concluída.
Por incrível que pareça, alcançar Mercúrio é mais difícil do que atingir planetas mais distantes, como Júpiter ou até mesmo Plutão. A principal barreira é a gravidade intensa do Sol. Qualquer espaçonave que tente orbitar Mercúrio precisa frear de forma constante para não ser puxada pela nossa estrela hospedeira. Isso exige muito combustível ou o uso de manobras gravitacionais envolvendo outros planetas.
Logo, a possibilidade de que fragmentos de Mercúrio tenham chegado espontaneamente à Terra é vista como uma grande vantagem científica.
Mercúrio fotografado pela sonda espacial MESSENGER, da NASA. Crédito: NASA/Laboratório de Física Aplicada da Universidade Johns Hopkins/Instituição Carnegie de Washington
Meteoritos de Mercúrio podem conter detalhes sobre a história do Sistema Solar
Mas, como esses meteoritos vieram parar aqui? E mais: como os cientistas conseguem identificar a origem das rochas espaciais encontradas na Terra? Descubra as respostas para essas e outras questões no Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (1), que recebe um especialista no assunto para revelar tudo sobre essa descoberta e o que ela pode significar para o estudo do nosso Sistema Solar.
Gabriel Gonçalves é engenheiro químico graduado pela Universidade de São Carlos (UFSCar), com mestrado em engenharia bioquímica pela mesma instituição e doutorado em química fundamental com ênfase em astrobiologia pela Universidade de São Paulo (USP). Membro da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon), onde atua com pesquisa de meteoros e fenômenos atmosféricos, ele também se dedica à divulgação científica, especialmente em Astrobiologia, Astronomia e Meteorítica.
O Programa Olhar Espacial desta sexta-feira (1) recebe Gabriel Gonçalves, doutor em química fundamental com ênfase em astrobiologia, para falar sobre os possíveis meteoritos de Mercúrio descobertos na Terra. Crédito: Arquivo pessoal
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Como assistir ao Programa Olhar Espacial
Apresentado por Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia – APA; membro da SAB – Sociedade Astronômica Brasileira; diretor técnico da Bramon e coordenador nacional do Asteroid Day Brasil, o programa é transmitido ao vivo, todas às sextas-feiras, às 21h (horário de Brasília), pelos canais oficiais do veículo no YouTube, Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), LinkedIn e TikTok.
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