Estamos entrando na “era da infraestrutura”, em que o sucesso das grandes empresas de tecnologia depende menos da inovação rápida e mais do domínio de ativos físicos massivos — como data centers, chips, redes, energia e fábricas, como explica uma análise do Wall Street Journal.
Gigantes como Amazon, Google, Microsoft e Meta lideram essa nova fase, investindo cifras recordes em infraestrutura de IA. Nos últimos trimestres, essas big techs aplicaram mais de US$ 100 bilhões em gastos de capital, consolidando um novo tipo de poder.
Essa transformação lembra a era dos “barões ladrões”, como Rockefeller e Carnegie, que ergueram impérios industriais em ferrovias e siderurgia. Hoje, as “ferrovias” são data centers e servidores.
O domínio vem não só da tecnologia, mas da capacidade de construir e manter estruturas físicas em larga escala.
Corrida da IA se intensifica
A OpenAI, mesmo sendo a startup mais financiada do setor, enfrenta dificuldades para competir com essa estrutura.
Seu projeto ambicioso, o data center Stargate, tem avançado lentamente, enquanto empresas como a Meta atraem seus engenheiros com altos salários.
Já Apple, Nvidia e Tesla adotam abordagens diferentes: investem menos diretamente, mas monopolizam fornecedores estratégicos com contratos bilionários.
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Número de empregos gerados não é alto
Segundo analistas, esse novo ciclo de investimentos tem impulsionado a economia americana mais do que o consumo — funcionando, na prática, como um estímulo do setor privado.
No entanto, o número reduzido de empregos gerados por essas empresas chama atenção: são impérios com poucos funcionários e muito capital.
A disputa agora não é apenas interna. Em um ambiente com pouca regulação e competição restrita a poucas empresas, a principal ameaça ao domínio tecnológico dos EUA vem de fora — especialmente da China.
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