As relações entre os neandertais e os Homo sapiens foram marcadas por cruzamentos genéticos e interações culturais, mas também por competição e possivelmente conflitos. Um assunto extremamente complexo e difícil de ser estudado.
Para tentar desvendar alguns destes mistérios, cientistas brasileiros estão buscando evidências relacionadas a este passado em cavernas localizadas no interior da Romênia. Acredita-se que populações ancestrais das duas espécies dividiram este espaço.
Fragmentos de ossos podem ser evidência dos neandertais
O trabalho dos pesquisadores acontece na Garganta do Vârghiş, um dos sítios de pesquisa arqueológica e paleoantropológica mais importantes do país. No local, já foram desenterradas diversas evidências de ocupação pré-histórica, inclusive ferramentas de pedra e outros artefatos que teriam sido feitos pelos neandertais, mas nenhum vestígio ósseo dessas populações foi encontrado até hoje.
Um cenário que a escavação brasileira quer modificar. De fato, alguns achados importantes já aconteceram. É o caso de dois fragmentos de ossos de animais com mais de 42 mil anos de idade e que parecem ter sido modificados por mãos humanas.
Com base no extrato de solo em que esses materiais foram encontrados, é possível afirmar que eles têm mais de 42 mil anos. No entanto, ainda não há como saber se estas marcas foram feitas por Homo sapiens ou por neandertais. As informações são do Jornal da USP.
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Sedimentos também podem revelar segredos do passado
Ao mesmo tempo, a equipe brasileira também analisa sedimentos das cavernas em busca de vestígios genéticos de hominínios que tenham vivido ali.
Para isso, utiliza-se uma técnica conhecida como “DNA ambiental sedimentar”, que permite sequenciar e identificar amostras de material genético presente no ambiente.
Como o genoma do Homo neanderthalensis já foi sequenciado por outros grupos de pesquisa, os cientistas poderão comparar essas sequências.
Os sedimentos também são importantes para estudos que investigam como sítios arqueológicos se formaram e se transformaram ao longo do tempo.
Dessa forma, é possível determinar se os materiais coletados são remanescentes de uma ocupação que aconteceu dentro da caverna ou se eles foram deslocados e retrabalhados de alguma forma por processos geológicos antes de serem depositados ali.
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