Uma salamandra nativa da Península Ibérica está chamando atenção por um mecanismo de defesa tão incomum quanto eficiente. A salamandra-de-costelas-salientes (Pleurodeles waltl), também conhecida como salamandra-dos-poços, tem uma resposta corporal extrema para escapar de predadores: ele projeta os próprios ossos através da pele, formando pontas envenenadas.
À primeira vista, o sistema de defesa desse tritão pode parecer semelhante ao de outros anfíbios, com glândulas na pele que secretam substâncias tóxicas. No entanto, o diferencial está na forma como essa toxina é aplicada. Quando se sente ameaçado, o animal achata o corpo e movimenta as costelas em um ângulo de cerca de 50 graus em relação à coluna. O resultado é que os ossos atravessam a pele de dentro para fora, criando uma série de espinhos venenosos.
Costelas como agulhas venenosas
Esse comportamento faz com que as costelas do tritão funcionem como verdadeiras agulhas, agora impregnadas com as toxinas da pele, capazes de perfurar a boca ou a pata de um predador desavisado.
O efeito pode variar de um incômodo leve até consequências fatais, dependendo da espécie que tenta atacar o tritão.
Apesar do impacto visual e físico, o processo não causa danos permanentes ao animal.
Após a ameaça passar, as costelas retornam à posição original e os tecidos perfurados se regeneram, permitindo que o tritão repita a estratégia inúmeras vezes.
O comportamento já rendeu ao animal apelidos como “tritão das costelas afiadas” e chamou a atenção de pesquisadores ao redor do mundo.
Leia mais:
8 animais com habilidades que parecem superpoderes
8 animais que vivem no escuro e suas incríveis adaptações
Quais são os maiores anfíbios do mundo?
Regeneração estudada até no espaço
A impressionante capacidade de regeneração dessa salamandra despertou o interesse de cientistas, inclusive em missões espaciais. Em experimentos conduzidos por pesquisadores russos a bordo de biossatélites, foi observado que o animal apresentava aumento de 1,5 a 2 vezes na proliferação celular quando exposto à microgravidade.
Esses resultados indicam que o ambiente espacial pode amplificar a habilidade regenerativa do animal, algo que ainda está sendo investigado em contextos biomédicos. A facilidade com que o tritão se recupera de ferimentos graves, como perfurações múltiplas da própria pele, levanta novas possibilidades para o estudo de regeneração em vertebrados.
O post Essa salamandra tem uma das defesas mais bizarras da natureza apareceu primeiro em Olhar Digital.