A comida servida em hospitais também faz parte do tratamento dos pacientes. O objetivo é oferecer refeições nutritivas e saborosas, considerando as necessidades e restrições específicas de cada pessoa internada no espaço.
Um estudo realizado por pesquisadores alemães e publicado na revista The Lancet Planetary Health chamou a atenção para o tema.
Refeições na Alemanha fornecem uma dieta de baixa qualidade
A pesquisa analisou a qualidade dos alimentos disponibilizados em dois hospitais e três lares de idosos da Alemanha.
Os cientistas usaram o Índice de Alimentação Saudável-2020 (HEI-2020) para avaliar o quão bem o alimento atendeu às diretrizes dietéticas, e o Índice de Dieta de Saúde Planetária (PHDI) para determinar o quão bem ele se alinhou com uma dieta que apoia a saúde humana.
Eles também compararam os nutrientes fornecidos com os valores dietéticos recomendados.
A conclusão foi que as refeições continham poucos alimentos saudáveis à base de plantas, como vegetais, frutas, grãos integrais e legumes, e muitos grãos refinados, açúcares adicionados, sal e gorduras saturadas.
De acordo com os pesquisadores, isso leva a um fornecimento inadequado de nutrientes e baixa qualidade da dieta, representando um risco à saúde se consumidos a longo prazo.
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Nem todos os hospitais oferecem a mesma alimentação
Em termos de qualidade alimentar, as instituições analisadas pelos pesquisadores obtiveram pontuação baixa tanto no HEI-2020 (de 39 a 57 em uma escala que vai até 100) quanto no PHDI (de 30 a 44 em uma escala até 150). A maioria das calorias veio de alimentos de origem animal, como carne vermelha e laticínios, grãos refinados, açúcares adicionados e gorduras animais, e menos de 20% vieram de alimentos saudáveis à base de plantas, como legumes, nozes e vegetais.
Ainda segundo o estudo, foram identificadas deficiências nutricionais. A ingestão de proteínas atingiu menos de 73% dos valores recomendados em lares de idosos, destacando riscos de perda muscular, fragilidade e recuperação retardada. Os micronutrientes (vitaminas B, vitamina C, potássio, magnésio, cálcio, ferro e zinco) foram criticamente baixos, abaixo de 67% dos valores recomendados. Considerando que o sal e as gorduras saturadas eram muito altos.
Apesar dos resultados preocupantes, a própria equipe destaca que nem todas as refeições hospitalares são iguais, e há diferenças não apenas entre as unidades de saúde, mas também entre os países. No entanto, o estudo serve como um alerta para os impactos de uma má qualidade dos alimentos servidos para pacientes.
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