Mais de dois anos após a implosão do submarino Titan, a Guarda Costeira dos Estados Unidos divulgou nesta terça-feira (5) o relatório final da investigação sobre o caso. De acordo com o documento, a tragédia que deixou cinco mortos era evitável.
As conclusões estão alinhadas com os relatos de ex-funcionários da OceanGate, responsável pela embarcação, em audiência pública em 2024. Na oportunidade, as testemunhas citaram fragilidades da estrutura e negligência dos donos da empresa.
Graves falhas de segurança foram identificadas
De acordo com o relatório final da investigação, o submarino foi projetado de forma inadequada e houve “graves falhas” de protocolos de segurança da empresa OceanGate. A Guarda Costeira dos EUA destacou que a perda de integridade estrutural do casco de fibra de carbono resultou na implosão do Titan.
De acordo com o documento, “por vários anos antes do incidente, a empresa usou táticas de intimidação, o argumento de que realizava operações científicas e sua reputação positiva para escapar da fiscalização”. Dessa forma, a embarcação continuou operando em grandes profundidades, apesar dos riscos evidentes.
As autoridades dos Estados Unidos ainda identificaram falhas nos processos de certificação, manutenção e inspeção do submarino, além de “uma cultura de trabalho tóxica na OceanGate”. Segundo o relatório, o design do Titan e os testes conduzidos com ele não seguiram princípios básicos de engenharia.
Outro problema citado foi o fato da empresa não ter realizado um estudo para determinar a vida útil do caso do submarino, bem como revisões e manutenções preventivas. Além disso, os donos da companhia teriam confiado excessivamente em um sistema de monitoramento em tempo real para avaliar a condição da estrutura, mas não analisaram adequadamente os dados fornecidos por esse sistema.
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Cinco pessoas morreram na tragédia
O submarino Titan, operado pela empresa OceanGate, implodiu em 18 de junho de 2023 durante uma expedição aos destroços do Titanic, localizados a cerca de 4 mil metros de profundidade no Oceano Atlântico.
A bordo estavam cinco tripulantes, que morreram na tragédia.
O contato com a embarcação foi perdido aproximadamente 1 hora e 45 minutos após o início da descida.
Quatro dias após o desaparecimento, destroços do submersível foram encontrados pela Guarda Costeira dos EUA, revelando sinais de uma implosão a cerca de 3.800 metros de profundidade, ocasionada pela perda de pressão da cabine.
O Titan era um submarino de pesquisa de cinco pessoas, projetado para mergulhar a grandes profundidades.
A expedição tinha como objetivo realizar pesquisas sobre o naufrágio e filmar imagens em alta resolução.
A implosão do Titan foi o primeiro grande acidente com um submarino turístico em mais de 20 anos.
O caso não apenas chocou a comunidade de exploradores subaquáticos, mas também provocou uma reflexão profunda sobre os riscos e desafios associados à exploração em águas profundas.
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