A Apple anunciou nesta quarta-feira (6) um novo plano de investimentos nos Estados Unidos, totalizando US$ 100 bilhões em aportes adicionais para empresas e fornecedores locais nos próximos quatro anos. A iniciativa tem como foco o fortalecimento da cadeia de suprimentos no país e integra o chamado American Manufacturing Program (Programa de Fabricação Americana, em tradução livre), que inclui empresas como Corning, Coherent, Texas Instruments, GlobalWafers, Broadcom e Samsung.
O anúncio foi feito em conjunto com o presidente Donald Trump. Segundo a Apple, o programa busca não apenas ampliar a produção nacional, mas também incentivar empresas estrangeiras a adquirirem componentes fabricados nos EUA. A nova rodada de investimentos se soma aos US$ 500 bilhões anunciados em fevereiro, elevando para US$ 600 bilhões o total prometido pela companhia no país em apenas quatro anos.
Expansão de fábrica de vidro para iPhones
Um dos destaques do programa é o investimento de US$ 2,5 bilhões na ampliação da parceria com a Corning, responsável pela fabricação do vidro utilizado em iPhones e Apple Watches.
Toda a produção será concentrada em território norte-americano, com operações localizadas no estado de Kentucky.
De acordo com a Apple, trata-se de uma das maiores iniciativas industriais da empresa dentro dos Estados Unidos.
Além da Corning, a Apple também firmou um contrato de fornecimento de longo prazo com a Coherent, para a produção de lasers usados nos sistemas de reconhecimento facial dos iPhones.
Cadeia de suprimentos com foco em chips
A companhia afirmou ainda que sua cadeia de suprimentos nos EUA será responsável pela produção de mais de 19 bilhões de chips em 2025. Essa produção inclui semicondutores fabricados pela TSMC no estado do Arizona, wafers produzidos pela GlobalWafers, e chips da Texas Instruments. A Apple informou que está trabalhando com a Texas Instruments na instalação de novos equipamentos em fábricas nos estados de Utah e Texas.
Outro parceiro do programa, a GlobalFoundries, especializada em chips mais antigos e fornecedora do governo dos EUA, será responsável por produzir tecnologia de carregamento sem fio no estado de Nova York.
Histórico de compromissos industriais
Apesar do novo anúncio, esta não é a primeira vez que a Apple promete ampliar sua atuação industrial nos Estados Unidos. Em 2018, ainda durante o primeiro mandato de Trump, a empresa já havia prometido investir US$ 350 bilhões em cinco anos. Em 2021, o valor subiu para US$ 430 bilhões, e agora atinge a marca recorde de US$ 600 bilhões em quatro anos, ou US$ 125 bilhões por ano.
Durante o anúncio, Trump afirmou: “Este é o maior investimento que a Apple já fez na América e em qualquer outro lugar. Como vocês sabem, a Apple já investiu em outros países, não vou dizer quais, mas agora eles estão voltando para casa”.
Impacto das tarifas e produção fora da China
A decisão da Apple também ocorre em meio a aumentos nas tarifas de importação, que podem impactar diretamente os lucros da empresa. Atualmente, a companhia já paga tarifas sobre produtos importados da China e pode enfrentar novos impostos sobre semicondutores, dependendo do resultado de uma investigação conduzida pelo governo dos EUA.
Para mitigar os impactos, a Apple tem transferido parte da produção para fora da China. Em maio, a empresa afirmou que a maioria dos iPhones vendidos nos EUA já é montada na Índia, medida adotada para contornar as tarifas chinesas. Apesar de os impostos sobre produtos indianos estarem subindo para 25%, fontes da Casa Branca informaram à CNBC que a empresa será “pouco afetada”. Ainda assim, a Apple estima que as tarifas possam gerar um custo adicional de US$ 1,1 bilhão apenas neste trimestre.
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